Nesta terça-feira (10), alunos da Emeb Carmélia Mello Fonseca, em Araçatuba, juntamente com seus pais, participaram de uma palestra ministrada por estudantes e professores da Faculdade de Medicina Veterinária (FMVA) da Unesp local.
Durante a apresentação, os palestrantes introduziram um procedimento inovador que visa o diagnóstico automatizado e tratamento de doenças parasitárias intestinais em crianças com até dez anos de idade.
Este projeto está atualmente em desenvolvimento nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Araçatuba, sendo resultado de uma colaboração entre a FMVA, a Faculdade de Ciências Médicas e o Instituto de Computação da Unicamp.
O trabalho conta com o apoio das secretarias municipais de Saúde (SMSA) e Educação (SME) e tem como propósito investigar a presença de vermes e protozoários em amostras fecais de estudantes do Ensino Infantil e do Fundamental 1, bem como fornecer tratamento apropriado quando necessário.
Segundo a professora da FMVA, Katia Bresciani, a abordagem inicial envolve palestras para as crianças e seus responsáveis, enfocando as parasitoses intestinais, seus sinais clínicos e medidas de prevenção. Durante essa etapa, são solicitadas amostras fecais das crianças para futuros exames laboratoriais.
A análise das amostras fecais envolve duas técnicas, uma convencional chamada de técnica de Lutz, usada comumente para diagnósticos laboratoriais, e outra mais inovadora que utiliza um kit chamado TF Test. Essa técnica, conhecida como Diagnóstico Automatizado de Parasitos Intestinais (DAPI), permite uma detecção mais precisa de vermes e protozoários.
Os exames são gratuitos e os resultados são enviados às escolas. Caso seja identificada a presença de parasitas, as crianças recebem tratamento com medicamentos específicos para a parasitose em questão.
PARTICIPAÇÃO
Este projeto é totalmente gratuito para a população e não gera custos para a administração municipal. Iniciado neste ano, está programado para ser concluído até dezembro, após atender a três escolas municipais. No entanto, há a possibilidade de estender o programa até o primeiro quadrimestre do próximo ano, ampliando seu impacto nas escolas da região.
O professor Jancarlo Ferreira Gomes, da Unicamp, destaca que este projeto inovador envolve o processamento da lâmina em Araçatuba e o diagnóstico realizado em Campinas. Além disso, menciona a inclusão de um elemento de georreferenciamento, permitindo a visualização espacial das condições de saúde das crianças e a prevalência da endemia no município.
A diretora de Atenção Básica da SMSA, Cristiane Camargo de Almeida, ressalta a importância do projeto na investigação, diagnóstico e tratamento oportuno de crianças, prevenindo complicações de saúde.
Enfatiza que doenças parasitárias podem afetar o desenvolvimento cognitivo e físico das crianças, impactando seu desempenho escolar, tornando assim este projeto uma iniciativa que pode ter um grande impacto na saúde pública e no bem-estar das crianças do município.