Durante a última sessão legislativa da Câmara Municipal de Araçatuba, o vereador Luís Boatto propôs a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o atendimento de saúde na cidade. A proposta partiu da informação, divulgada pelo próprio vereador, de que no dia 5 deste mês a Santa Casa de Araçatuba (SP) foi alvo de um mandado de busca e apreensão realizado pela Polícia Federal.
Boatto destacou que a Polícia Federal está investigando um possível esquema de contrabando de medicamentos, com envolvimento de um membro do Conselho de Administração da Santa Casa. A operação, denominada “Contraste”, visava reprimir a importação e comercialização de produtos farmacêuticos sem registro na Anvisa.
A Polícia Federal de Araçatuba confirmou que agentes locais prestaram apoio na operação, coordenada pela PF de Mato Grosso do Sul. No entanto, a Santa Casa declarou que a diligência ocorreu em função de um inquérito instaurado em outra cidade, não sendo alvo direto da investigação.
Durante a diligência, os agentes da PF analisaram os registros de compras de medicamentos da Santa Casa, mas não solicitaram cópias de documentos. O hospital ressaltou que não foi informado sobre os detalhes da investigação e que a diligência não implicou em busca e apreensão de itens do local.
Em resposta às críticas sobre o atendimento de saúde na cidade, o vereador propôs a abertura de uma CPI da Saúde na Câmara Municipal. Ele alegou possíveis irregularidades e favorecimentos políticos no acesso aos serviços de saúde, incluindo casos de internação e atendimento a gestantes.
Até o momento da sessão, a proposta da CPI contava com duas assinaturas, sendo necessárias mais três para sua instauração. Boatto prometeu expor publicamente os vereadores que se recusassem a assinar a proposta, caso fosse necessário.
O embate político em torno das questões de saúde na cidade sinaliza um cenário de tensão e a necessidade de esclarecimentos sobre os serviços oferecidos à população.