A vereadora Duda Hidaldo (PT) afirmou, em vídeo publicado em suas redes sociais, que a Câmara de Ribeirão Preto é “machista, racista e elitista”. A declaração foi motivada por um projeto, de autoria da parlamentar, que prevê a distribuição de absorventes para mulheres e que não foi colocado em pauta. A Câmara, entretanto, afirmou que outra proposta, com o mesmo teor e de autoria da vereadora Gláucia Berenice (DEM), já foi aprovado.
Duda fez a afirmação no sábado (16), durante um ato do qual ela participou na Praça XV. Depois de falar sobre o projeto de sua autoria, ela afirmou, nas redes sociais, que a Mesa Diretora da Câmara não havia colocado a proposta para votação.
“Esse projeto não foi votado ainda, porque não é prioridade dessa Câmara machista, racista e elitista votar algo que seja de benefício das pessoas que menstruam, muito menos das que estão em maior situação de vulnerabilidade econômica e social!”, declarou.
Confira a íntegra do vídeo:
A Mesa Diretora, entretanto, se manifestou publicamente sobre o assunto e negou as informações divulgadas pela vereadora. O presidente da Casa, Alessandro Maraca (MDB), afirmou ainda que pediu esclarecimentos oficiais à parlamentar, que deverá apontar quem são os machistas.
Maraca afirmou ainda que o projeto de Gláucia Berenice, que versa sobre o mesmo tema, foi o primeiro a ser apresentado, em dezembro de 2020, e que, por isso, foi colocado em pauta e aprovado. “Essa Câmara, que foi chamada de machista, já aprovou o projeto. Houve um veto da prefeitura, que foi derrubado e o caso está sob análise do Judiciário”, informou.
Ainda de acordo com Maraca, a parlamentar terá que se explicar. Ele também afirmou que Duda “mente e age com desonestidade intelectual” em sua postagem, e que a fala “causou indignação” aos demais parlamentares.
Diferenças
O projeto da vereadora Gláucia, aprovado pela Câmara, entretanto, é ligeiramente diferente da proposta de Duda Hidalgo. A lei autoriza o poder Executivo a fornecer gratuitamente absorventes às alunas de baixa renda da rede municipal de ensino de Ribeirão Preto.
Já a proposta de Duda prevê a distribuição dos absorventes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Centros de Referência e Assistência Social (Cras) e outros órgãos públicos especializados no atendimento à mulher.
A proposta inclui ainda material de conscientização e didático sobre o tema, o que não é contemplado na proposta de Berenice.