Um denúncia que circulou nas redes sociais, alertou sobre o risco que a Estação Elevatória com Comportas (EEC) Engenheiro Marcos Diniz traria para famílias de submoradias erguidas na comunidade Ilha do Bugre (palafitas sobre o Rio Bugre), em São Vicente. Por conta disto, a Prefeitura de Santos anunciou uma ajuda especial para as pessoas que serão removidas do local.
A Companhia de Habitação da Baixada Santista (Cohab-ST), dará aporte a São Vicente, onde famílias vão receber o benefício. No último dia 19 de maio, a estação elevatória foi inaugurada, com o objetivo de combater as enchentes. Ela está localizada entre os bairros do Castelo e Areia Branca, na Zona Noroeste em Santos, além do Jardim Guassu, em São Vicente.
No entanto, a preocupação era com a liberação da água acumulada, que poderia provocar inundação nos imóveis da Ilha do Bugre. Apelos para que não houvesse a liberação foram feitas nas redes sociais. Segundo a Prefeitura de Santos, a iniciativa é fruto de tratativas entre as duas administrações, foram iniciadas ainda em 2021. Já nesta terça-feira (25), a Cohab-ST recebeu da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária de São Vicente (Sehab-SV) uma listagem preliminar dos beneficiados.
De acordo com a prefeitura, o auxílio financeiro será pago mensalmente pela Cohab-ST a aproximadamente 110 famílias relacionadas pela Sehab-SV, que é responsável pela desocupação das submoradias, demolição das vazias e pelo atendimento habitacional definitivo.
Para dar início aos pagamentos, a Cohab-ST aguarda dados complementares. “Já pedimos (à Sehab-SV) os dados completos das famílias que estão em maior emergência, principalmente o cadastro delas, com composição familiar e dados bancários, para que o pagamento de quem está em situação mais vulnerável seja feito ainda nesta semana. Na próxima semana, serão feitos os demais pagamentos”, explica o presidente da Cohab-ST, Maurício Prado.
Conheça a estação elevatória
A EEC Engenheiro Marcos Diniz integra o programa de macrodrenagem da Prefeitura de Santos. Foi construída no final da Avenida Haroldo de Camargo (Castelo) para combater enchentes em trechos da Zona Noroeste. A estação elevatória é um sistema composto por três bombas, um canal e uma comporta.
O sistema funciona em quatro situações. Na primeira, em caso de chuva fraca coincidente com maré baixa, as comportas permanecem abertas e a água flui, por gravidade, para o Rio Bugres, que abrange Santos e São Vicente. Já com a maré baixa e chuva forte, parte da água pode ser retida pelas comportas.
A terceira situação envolve chuva fraca e maré alta, quando as comportas se fecham e a água fica armazenada no reservatório de acumulação, com capacidade para 4,25 milhões de litros – o volume é similar ao de três piscinas olímpicas. Neste caso, as bombas retiram gradativamente a água retida, lançando-a no rio.
Na quarta possibilidade, quando há ocorrência de chuva forte e maré alta, as comportas permanecem fechadas, com todas as bombas funcionando ao mesmo tempo para lançar o volume no Rio Bugres. Todo o sistema projetado foi testado em simulação por computador (modelagem hidráulico-hidrológica) e em estudo de impacto das bombas funcionando no Rio Bugres, sendo os projetos considerados eficientes para evitar alagamentos com segurança.
Atestaram a eficiência de todo o processo os engenheiros do Banco Mundial, Ministério de Desenvolvimento Regional, Caixa Econômica Federal e CAEX (órgão técnico do Ministério Público Estadual).