Dois homens foram detidos durante patrulhamento da Polícia Militar, no Caminho São Manoel, em Santos, litoral paulista. Um teria desobedecido a ordem de parada dada pelos agentes e iniciado fuga, enquanto o outro teria participado de uma movimentação e tumulto por parte da população. Testemunhas da comunidade relatam abuso de autoridade por parte da corporação.
A situação ocorreu na noite de domingo (1). De acordo com imagens recebidas pelo Portal TH+, houve um grande tumulto no bairro, e moradores aparecem em volta de policiais militares, que estavam segurando um homem caído no chão e ensanguentado. Também há registros de disparos, mas não há a confirmação de ser tiros de borracha ou de arma de fogo.
A corporação afirma que houve uma criança atropelada devido à desobediência de um dos suspeitos, que só teria parado após o ocorrido. Já o morador do bairro relata que em nenhum momento o fato informado aconteceu.
O que diz a polícia
Segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública), os agentes estavam em patrulhamento quando suspeitaram de um homem em uma moto. Ele desobedeceu ao sinal de parada e iniciou fuga, parando apenas após atingir uma criança.
Os policiais militares identificaram que o autor não tinha permissão para dirigir, e o mesmo resistiu à abordagem dando início a um tumulto. Um segundo envolvido foi detido por participar da movimentação.
Ainda de acordo com a pasta, ambos foram encaminhados à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade, onde passaram por atendimento e foram liberados. A motocicleta foi apreendida e o caso registrado como resistência, dirigir sem permissão ou habilitação e localização/apreensão de veículo na CPJ de Santos.
O que dizem os moradores
A Equipe do TH+ recebeu a denúncia, porém, de uma testemunha e morador do bairro, que afirma que não houve criança atropelada, e relata abuso de poder da corporação.
“Morador alvejado com bala de borracha, morador que levou coronhada de calibre 12, morador que foi atingido com spray de pimenta nos olhos, e esse é o resultado de uma polícia abusiva, de uma polícia autoritária, e que quando entra na comunidade, entra pra poder mostrar certos tipos de trabalho que não corresponde com o que eles fazem”, relatou o denunciante.
Após confirmar que não houve o atropelamento, o morador continua: “Eles sempre tem alguma coisa alegando, para que eles saiam impune. Não teve. É isso que a gente ‘tá’ querendo mostrar pra sociedade. […] Ofende, dá coronhada, e nada acontece?”.