Rodrigo Morgado, empresário e dono de uma contabilidade de Santos, que havia ficado conhecido após sortear um carro e depois demitir sua funcionária, e que havia sido preso na última terça-feira (29), durante a Operação Narco Velas, realizada pela Polícia Federal, foi solto na manhã deste sábado (03). De acordo com informações obtidas pelo TH+ Portal, a esposa dele que é advogada, conseguiu um alvará de soltura.
O empresário, que era um dos investigados da operação Narco Velas, que tinha como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas, especialmente para o continente europeu e africano, com o uso de equipamentos satelitais e embarcações capazes de atravessar o oceano como barcos e veleiros, foi alvo de um mandado de busca e apreensão em três endereços: Santos, Bertioga e São Paulo. Ele foi preso na capital paulista por porte ilegal de arma, que foi encontrada dentro de seu carro.
Durante a audiência de custódia, que foi realizada no dia seguinte da prisão, na quarta-feira (30), no Fórum da Barra Funda, na cidade de São Paulo, Rodrigo Morgado teve a prisão convertida em preventiva. Após a decisão, o advogado Octavio Rolim, disse que iria recorrer, pois a arma encontrada com o empresário, tinha documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC)
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a advogada e esposa do empresário Clara Ramos de Souza Morgado, ajuizou um pedido de habeas corpus contra a decisão da última quarta-feira (30), onde Rodrigo Morgado teve a prisão convertida em preventiva. Com base nisso, o alvará de soltura foi expedido na sexta-feira (2) e cumprido na manhã deste sábado (3).
Na decisão do juiz Mens de Mello, o fato do empresário ter a documentação de CAC, mostra que a posse da arma não é para a prática de condutas criminosas. E ainda de acordo com o documento publicado na última sexta-feira (02), o juiz acrescentou que, por o empresário não ter antecedentes criminais e possuir um bom comportamento social, não existe elementos que demonstrem que a a liberdade dele apresentaria risco à ordem pública, ou prejuízo ao processo em que ele responde.
Diante da situação, o juiz concedeu a liminar para permitir a liberdade provisória, com as seguintes medidas cautelares:
- Proibição de portar armas de fogo até o fim do processo;
- Obrigação de se apresentar periodicamente à Justiça, quando intimado;
- Comparecimento quinzenal à Justiça para informar e justificar suas atividades;
- Em casos de mudança, haverá a necessidade de fornecer novo endereço;
- Solicitar autorização judicial para viagens em períodos superiores a uma semana.
Em caso de descumprimento dessas medidas, Rodrigo Morgado retornará para a prisão.
Relembre o caso do sorteio do carro
Um Jeep Compass 2017 foi sorteado na empresa de Rodrigo, para os funcionários em dezembro de 2024. Uma funcionária foi sorteada, mas precisou devolver o carro à empresa, segundo Morgado, por ter descumprido o regulamento.
A jovem teria reclamado do carro, que apresentou diversos problemas mecânicos desde que foi entregue. No regulamento do sorteio, no entanto, haviam algumas regras como: cumprimento de metas, captação de clientes, participação em treinamentos internos, ter no mínimo 12 meses de vínculo, entre outros. O empresário alegou mal comportamento da funcionária.