Um sentimento de indignação e tristeza tomou conta dos veterinários e responsáveis por terem salvo o golfinho da espécie Kogia breviceps, popularmente conhecida como cachalote-pigmeu. Após ter passado por reabilitação e resgate, em Santos, o animal foi devolvido ao mar em uma praia de Guarujá, mas nesta quinta-feira, o animal foi encontrado morto na Praia do Itaquitanduva, em São Vicente. O mamífero tinha diversas marcas, com suspeita de pesca.
De acordo com o Instituto Gremar, o resgate ocorrido na Praia do José Menino, em Santos, no último domingo (2), em ação conjunta com o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). Logo em seguida, o cachalote-pigmeu foi encaminhado para reabilitação no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, no Guarujá.
Apresentando boa capacidade de natação, comportamento esperado para a espécie, além de exames clínicos com parâmetros dentro da normalidade, o golfinho foi considerado apto para a soltura, que aconteceu na tarde de quarta-feira (5), na praia do Guaiúba.
No entanto, um dia depois de ser solto, o Instituto Gremar informou que a equipe foi acionada para resgatar um golfinho, já em óbito, na Praia do Itaquitanduva, em São Vicente. A equipe se encaminhou até o local para a realização do exame de necropsia, onde confirmou que se tratava do mesmo animal. Além de diversas marcas presentes por todo o corpo, que sugerem interação com petrechos de pesca, a análise dos pulmões evidenciou afogamento.
Perigo da pesca
A captura acidental em redes de pesca ainda é um dos maiores impactos para a vida marinha. Lutar para transformar essa realidade é um trabalho de toda a comunidade, e envolve mudanças de hábitos e conscientização individual.
O Instituto Gremar ressalta que fez todo o possível pelo animal, prezando sempre por sua segurança e bem-estar, e lamenta o triste desfecho, mas ressalta que seguirá lutando pela vida marinha.
