“Juízes do crime” são condenados a 35 anos de prisão

Três integrantes de uma facção criminosa foram presos em flagrante em 2020, no Guarujá, litoral paulista, após serem acusados de realizarem um “tribunal do crime” para matar integrantes de uma organização criminosa rival. Eles foram condenados a 35 anos e 6 meses de prisão em regime inicialmente fechado.

De acordo com o documento da sentença, o juiz da Comarca de Santos (SP) Alexandre Betini, afirmou que os réus demonstram grande periculosidade. Por este motivo, não poderão recorrer a decisão em liberdade.

“Submetidos a julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri da comarca de Santos, o corpo de jurados acolheu todas as acusações e teses sustentadas pelo Ministério Público na denúncia e em plenário”, explicou o juiz.

Relembre o crime

De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), em novembro de 2020, o trio decidiu sequestrar e torturar três homens. O intuito era faze-los confessar que faziam parte de uma organização criminosa rival da maior facção do país.

Mikael de Jesus Gonçalves era o “disciplina” da facção, ou seja, o responsável por repassar as regras da organização na cidade, o que incluía decisões para execução de integrantes de grupos rivais. Luiz Carlos do Nascimento Pereira e Robert Machado Santos eram os “seguranças” e cumpriam as ordens.

Haviam outros homens acompanhando os criminosos, mas não foram identificados. O grupo, primeiro, sequestrou dois homens em uma casa, localizada no Sítio Conceiçãozinha, e os levaram para um barraco na comunidade da Prainha.

A dupla é de Cajazeiras (PB) e estavam há um mês em Guarujá. Eles foram submetidos a um intenso sofrimento físico e mental. Posteriormente, os criminosos obrigaram a levá-los até José Inácio Vieira da Silva, primo dos homens, que veio antes deles para o litoral.

José acabou sendo condenado pelo “tribunal do crime”. Ele teve as mãos amarradas com uma corda, foi estrangulado, asfixiado e morto com cinco tiros às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.

Os outros dois homens ficaram por horas sendo agredidos e ameaçados de morte dentro do barraco. Depois, os criminosos os colocaram em um carro para levá-los em um local onde as covas já haviam sido cavadas para enterrar os corpos.

Foi durante o trajeto que as vítimas viram uma oportunidade de fugir. Em um determinado momento, o motorista da facção teve que diminuir a velocidade do carro por conta de um semáforo em frente à Delegacia Sede de Guarujá. Os rapazes aproveitaram a situação e pularam do veículo em movimento. As imagens mostram os ferimentos causados dessa ação.

A dupla conseguiu pedir socorro e os policiais militares, que estavam em frente ao DP, conseguiram deter os criminosos. O trio foi preso em flagrante.

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