“Justiça indecisa”: Homem que matou a esposa e forjou suicídio é solto e volta a ser preso dias depois

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Emilio Carlos Alves Ramos, de 40 anos, é suspeito de matar a própria esposa e forjar o suicídio da vítima, dentro do apartamento onde moravam, na cidade de Santos, litoral paulista. Camila Indame Ramos, tinha 39 anos, e foi morta na tarde de 16 de abril de 2022. 

Meses após o ocorrido, a Polícia Civil descobriu que o marido assassinou a mulher, e o prenderam em 6 de junho de 2023, em julho do mesmo ano, a prisão foi convertida para preventiva.

Em 3 de maio deste ano (2024), o juiz Alexandre Betini revogou a prisão anteriormente decretada e concedeu o direito de aguardar em liberdade pelo júri popular. Na justificativa, o magistrado afirmou que não há necessidade de custódia cautelar, visto que o réu tem moradia fixa e ocupação lícita. Além disso, não houve indícios de que o acusado teria tentado intimidar qualquer testemunha, ou circunstâncias.

A condição para tal liberação de Emilio também seria comparecer sempre que for intimado e não se ausentar de Santos por mais de 8 dias.

Porém, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), entrou com um recurso, no último dia 10, pedindo uma liminar para a prisão preventiva imediata de Emilio. O promotor Fábio Perez Fernandez alegou que o crime de feminicídio e a prática de fraude processual, forjando a morte da mulher, demonstram o risco dele para a sociedade.

Na terça-feira (14), o relator do TJ-SP, Juscelino Batista, determinou que o mandado de prisão fosse expedido em desfavor do réu, que voltou ao regime fechado e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.

Relembre o caso

Emilio foi preso a primeira vez em 6 de junho de 2023, mais de um ano depois de quando Camila foi encontrada morta, dentro da residência onde moravam, na Avenida Ana Costa, no bairro Vila Mathias, em Santos. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e constatou a morte ainda no local.

A vítima foi encontrada na sala do apartamento, com um pano enrolado no pescoço. Na época, o caso foi registrado como morte suspeita.

O marido informou à polícia naquela data que havia saído para trabalhar, e estava conversando com a mulher por mensagens. Em determinado momento, não conseguiu mais visualizar o celular, e no fim do expediente, viu que a esposa não havia mais entrado em contato. Ao chegar em casa, se deparou com Camila caída no chão, e logo tentou realizar manobras cardíacas, sem sucesso.

Na ocasião, Emilio ainda informou que a mulher usava remédios controlados e apresentava um quadro de depressão. A equipe policial colheu provas da cena do crime e continuou investigando o caso, até que foi descoberto que o próprio marido teria forjado o suicídio da esposa.

O IML (instituto Médico Legal) identificou que a vítima estava sob efeito de álcool e zolpidem (medicamento que induz sono, e que foi citado pelo acusado como o tratamento da mulher).

Os laudos também apontaram que as lesões no corpo de Camila foram feitas na data que ela apareceu morta, além dos dias 15 e 6 do mesmo mês. O perito que atendeu a ocorrência na época também disse não ter encontrado nenhum objeto no local que fosse compatível com as lesões apresentadas.

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