Livro santista concorre a premiação internacional

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Um livro que revela detalhes da culinária caiçara concorre a uma importante premiação da literatura mundial. A obra “Santos Tem Sabor de Quê?: Histórias e Tradições Culinárias da Cidade” (Cinezen Edições Literárias, 2023), de Paula Azenha, é finalista do 29º Gourmand Awards, o “Oscar” da literatura gastronômica. A cerimônia será em Riad, Arábia Saudita.

Lançado no último dia 4 de abril, o livro é único no Brasil e ele concorre em duas categorias: o top 3 em Primeiros Livros, e no top 4 de Cidades. A cerimônia de premiação será em 27 de novembro e a lista completa de finalistas em todas as categorias pode ser conferida neste link. Além de Paula, também concorre a premiação, a outra brasileira, Rita Lobo, que concorre com o livro Panelinha, Receitas que Funcionam, (SENAC), na categoria Best-Seller.

Na categoria Primeiro Livro, junto do livro de Paula estãos dois franceses: Saveurs du Gatinais, de Cindy Geraldo, Anne Bourges, Photos Sylvian e Florence Meunier-Colin (Editions des Ecrans), Saint Pierre & Miquelon, La mer a table, de Philippe Pupier, Caroline Dujardin (Mon Autre France).

Já na categoria Cidades, a obra brasileira foi selecionada junto com a austríaca Geschmac Hochzeit 3, de Lojze Wieser (Tourismus Verlag Klagenfurt – Wieser Verlag), a chinesa Yantai City Taste, de Liu Xue Peng, Wen Bao Li (China Light Industry Press) e a portuguesa My aunt’s recipes, Receitas de Cabeza de Vide, de M. Margarida Pereira-Muller.

“Não esperávamos esta indicação, que foi recebida com surpresa e alegria e é um grande reconhecimento a este livro que trata da culinária de um município que me abraçou e que eu abracei e aprendi a amar”, ressalta a autora.

Paula é nascida em Poços de Caldas, Minas Gerais, foi criada na Itália, mas desde 2012, vive em Santos. E de lá para cá, decidiu acolher o município para si.

Conheça o Gourmand Awards

Criado em 1995, o prêmio Gourmand Awards é chamado de “Oscar” gastronômico e reconhece conteúdos sobre comida e bebida por todo o mundo. O conteúdo vai desde impressos a digitais, pagos ou gratuitos, com editoras ou independentes, públicos ou privados, grandes ou pequenos.

A ideia da iniciativa é promover o reconhecimento para esses projetos. A cerimônia é realizada anualmente em grandes cidades.

O livro

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A gastronomia pode ser considerada um elemento cultural, já que cada cultura traz um código de hábitos alimentares diferentes, privilegiando alguns alimentos ou até proibindo outros. Tais características também podem diferenciar e distinguir um povo a partir de fatores sociais, geográficos, ambientais, econômicos e históricos.

A produtora cultural, Paula Cristina Cagnani Fernandez Azenha, conta que no livro “Santos Tem Sabor de Quê?: Histórias e Tradições Culinárias da Cidade”, leva ao leitor um panorama da culinária santista, suas diferentes raízes e culturas, que fazem da cultura santista algo peculiar e ao mesmo tempo herdeira de vários povos e nações.

O livro, contemplado no nono Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos – Facult, tem o objetivo de democratizar o acesso às informações deste histórico de tradições.

No livro Paula trata das influências de diversas partes do mundo e dos povos originários brasileiros que resultaram em estabelecimentos e jeitos de encarar a culinária bem peculiares de Santos.
Desde o lançamento, a autora palestrou em escolas públicas municipais e entregou mais de 50 exemplares para as bibliotecas públicas da Secretaria Municipal de Educação de Santos. O próximo passo é a realização de um filme baseado na obra literária.

Conheça Paula Azenha

Paula Azenha, mineira de nascimento, italiana de criação (morou na “Velha Bota” dos sete aos 17 anos e é professora de italiano), e que cursou a universidade em Florianópolis, Santa Catarina, teve contato com a mais variada gama de pratos, jeitos de encarar a culinária e a gastronomia, viveu culturas totalmente diferentes.

Do torresmo e a cachaça de Minas Gerais à massa, ao vinho e ao cannoli do país europeu, passando pelos peixes e os drinques catarinenses. E chegou a Santos em 2012. Rapidamente se adequou à terra santense. Passou a amar o pão de cará, conheceu e degustou vários sabores santistas.

Virou produtora cultural, diretora de festivais de cinema (Santos Film Fest – Festival de Cinema de Santos, Mostra Cine Brasil Cidadania, Cine Geek HQ Santos), fóruns culturais (Culturalmente Santista). Eventos que passeiam por todas as linguagens artísticas.

Mas jamais esqueceu, ao participar ou organizar projetos ligados às artes, de lembrar que a gastronomia deveria estar presente. Seus olhos brilham quando se refere ao tema. E a Culinária não é uma forma de arte? Afinal, certos pratos nos fazem transcender, nos levam a lugares inimagináveis e, da mesma maneira que ocorre com o cinema, acabam sendo “janelas para o mundo”.

“Este livro é a concretização em palavras de um amor de longa data. Sim, eu amo comer. Desde pequena. Nunca fui enjoada, sempre comi de tudo. Porém, mais do que alimentar o meu corpo, a comida alegra a minha alma e emociona o meu coração”, conta.

“Não tem nada mais agradável para mim do que experimentar um novo sabor, conhecer um novo café com o meu companheiro de vida André. Preparar um almoço em família ou um jantar entre amigos me deixa empolgada. A partilha do alimento sempre teve um significado especial para mim. Tem coisa melhor do que comer à mesa e ‘jogar conversa’ fora? Se não é uma característica intrínseca da minha personalidade, certamente ela foi reforçada pelos hábitos familiares”, explica a autora em texto introdutório do livro. “…para mim, comida é arte, é cultura, é prazer, é lembrança, é amor”.

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