SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Gabriel Medina protagonizou um dos momentos mais esperados pela torcida brasileira que acompanha o surfe masculino dos Jogos Olímpicos de Paris, ao derrotar Kanoa Igarashi na quinta bateria das oitavas de final, em Teahupoo, no Taiti.
Nesta segunda-feira (29), em uma revanche aguardada desde as Olimpíadas de Tóquio, onde o japonês havia levado a melhor, o tricampeão mundial deu show, despachou seu algoz e avançou às quartas da competição – seu adversário será João Chianca, o Chumbinho.
“Está muito bom o mar. É um sonho disputar as Olimpíadas com um mar desse. Gostaria de agradecer toda a torcida”, disse Medina à CazéTV.
Medina começou de forma característica, logo pegando uma onda, pequena, mas que daria o tom do que estava por vir. Menos de dois minutos depois, dropou a maior e mais perfeita onda do dia, arrancando um 9,90 dos juízes, maior nota da história do surfe nas Olimpíadas. Dois dos cinco jurados até chegaram a dar o que seria o primeiro dez da história das Olimpíadas.
Na sequência, o brasileiro mostrou por que é considerado um dos melhores da história nas ondas de Teahupoo. Sem receio, despencou de mais uma onda, desta vez recebendo um 7,50.
Kanoa até tentou reagir, mas foi incapaz de repetir a virada de Tóquio, sendo eliminado com duas ondas menores, um somatório de apenas 6,44 contra 17,40 do brasileiro.
RIVALIDADE DE TÓQUIO
A madrugada de 27 de julho de 2021 foi marcada por polêmica no Brasil. Medina liderava a semifinal em Tóquio contra Igarashi, até que o japonês conseguiu um aéreo para virar a bateria. Medina contestou a nota, afirmando que suas melhores ondas foram superiores. “Assisti à bateria. Comparando minhas melhores ondas e as duas melhores dele, eu venci a bateria. Mas, é difícil falar”, declarou o brasileiro ainda em Tóquio.
A rivalidade continuou nas redes sociais, com Igarashi provocando Medina e os brasileiros. O japonês postou no X (antigo Twitter) mensagens em português como “chora, chora, que estou feliz” e “blá blá blá”.
Medina respondeu dois dias depois, criticando a atitude de Igarashi: “Tem que ter paciência, enfim. Fazer palhaçada depois que ganha é fácil. Ganhei inúmeras vezes dele e nunca brinquei.” Igarashi acabou com a prata, sendo derrotado por Ítalo Ferreira na decisão, enquanto Medina ficou sem medalha após perder para Owen Wright na disputa pelo terceiro lugar.
CHUMBINHO AVANÇA
João Chianca, o Chumbinho, e Ramzi Boukhiam fizeram uma das melhores baterias do surfe olímpico. Com ondas grandes e perfeitas, o brasileiro e o marroquino deram um show de surfe, com tubos atrás de tubos, tirando o fôlego de quem acompanhava a disputa.
Quem levou a melhor foi Chumbinho, que somou 18,10 (9,30 e 8,80) contra 17,80 (9,70 e 8,10) do marroquino, que deu adeus às Olimpíadas. Assim, teremos uma disputa brasileira nas quartas, entre João e Medina.
“Obrigado por quem torceu. Vocês oraram muito pelo meu retorno e acho que consegui devolver um pouco para vocês. É um sonho realizado, estava esperando tanto por isso. Vamos para a próxima, tem missão ainda”, disse Chumbinho à CazéTV.
Redação / Folhapress