O Ministério Público de São Paulo (MPSP) fez a denúncia contra o dono de uma academia em Peruíbe e a advogada dele. Ambos são acusados de terem cometido transfobia e racismo. A vítima foi uma mulher trans, de 28 anos, que frequenta a academia, mas alegou ter sofrido os crimes. Também houve o pedido de indenização no valor de R$ 100 mil.
Segundo o promotor Danilo Keiti Goto, os casos ocorreram em janeiro de 2022. A vítima relatou ter sido chamada pelo dono da academia e pela advogada para uma reunião e eles supostamente classificaram o comportamento e as roupas que ela usava como “inadequados”.
Na mesma oportunidade, a advogada questionou se a mulher havia mudado de nome em cartório. Ela quis saber também se a mulher tinha feito cirurgia de redesignação sexual. Diante da resposta negativa da vítima, a advogada afirmou que ela não poderia utilizar o banheiro feminino.
Ainda segundo o promotor do MP, ambos teriam praticaram a transfobia no momento em que impediram a mulher trans a utilizar o banheiro feminino em razão de esta não ter feito a cirurgia de redesignação e demonstraram preconceito com seu modo de ser e de se vestir. Além disso, o proprietário da academia deixou claro que estava sendo forçado a “suportá-la em sua academia”.
Na mesma data da denúncia, o promotor requereu que a autoridade policial retire do boletim de ocorrência referente ao caso o nome de batismo da vítima. O promotor entende que “não há justificativa para utilização do antigo nome da vítima nos autos do inquérito policial, porquanto potencializa a sua revitimização, especialmente por envolver registro policial que trata justamente de transfobia”.
A mulher pede por dignidade e justiça e quer dar um basta com tantos casos de transfobia que sofre. Ela alega ter guardado inúmeras sequelas desde a denúncia.
Até o momento o dono da academia e a advogada de defesa não se manifestaram sobre o assunto. Assim que responderem, terão a resposta divulgada.