O que é o Serviço Secreto, agência federal que protege políticos nos EUA?

Divulgação / EUA

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Serviço Secreto dos Estados Unidos tem recebido críticas e será alvo de uma investigação por supostas falhas na proteção do ex-presidente Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca, que sofreu um atentado no último sábado (14) durante um comício na Pensilvânia. Mas por que o órgão é responsável pela segurança de presidentes, ex-presidentes e candidatos à presidência do país?

O Serviço Secreto dos EUA foi fundado em 1865. O órgão surgiu como um braço do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, o gabinete que administra o tesouro público do país. Na época, o objetivo da agência federal era combater a falsificação de moeda, já que estimativas daquele ano indicam que metade da moeda em circulação era falsificada.

Quase 40 anos depois, em 1901, o órgão passou a proteger os presidentes do país. A segunda missão foi incorporada aos agentes do Serviço Secreto após o assassinato de William McKinley, o 25º presidente dos EUA. Ele foi baleado no dia 6 de setembro de 1901, durante visita a uma exposição, em Buffalo, Nova York, enquanto cumprimentava o público.

Atualmente, a missão do Serviço Secreto é dupla. Além de continuar investigando crimes estrutura financeira do país, a instituição é responsável pela segurança do presidente, vice-presidente e os seus familiares.

Ex-presidentes têm proteção vitalícia. Em 1965, o Congresso autorizou o Serviço Secreto a proteger um ex-presidente e o seu cônjuge durante a sua vida, a menos que recusassem a proteção.

Candidatos à presidência dos EUA também integram a lista. Principais candidatos presidenciais, os seus vices e cônjuges têm proteção durante a campanha e no prazo de 120 dias após a eleição presidencial. A legislação inclui ainda chefes visitantes de estados ou governos estrangeiros e seus cônjuges viajando com eles, outros visitantes estrangeiros ilustres aos Estados Unidos e representantes oficiais dos Estados Unidos realizando missões especiais no exterior.

Expansão da missão de proteção do Serviço Secreto ocorreu em 20 de maio de 1998. Na época, ficou estabelecido que o Serviço Secreto seria a principal agência federal a coordenar o desenvolvimento e implementação de planos de segurança para eventos especiais de segurança nacional. Desde então, o órgão faz a segurança de importantes eventos como convenções de partidos políticos, inaugurações presidenciais, cúpulas de líderes mundiais, reuniões de organizações internacionais como a Assembleia Geral das Nações Unidas, grandes eventos esportivos nacionais e internacionais e outros eventos de importância nacional.

COMO ATUA O SERVIÇO SECRETO?

Trabalho é feito em parceria com a polícia local. De acordo com informações do site do Serviço Secreto dos EUA, o órgão atua em conjunto com outras agências federais, estaduais e locais para ajudar diariamente na segurança dos envolvidos. Quando o presidente viaja, por exemplo, uma equipa avançada de agentes do Serviço Secreto trabalha com as autoridades locais para implementar conjuntamente as medidas de segurança necessárias.

Parceria com as Forças Armadas. Os militares apoiam o Serviço Secreto por meio da utilização de equipes de eliminação de material bélico explosivo e de recursos de comunicação. A agência federal também consulta especialistas de outras agências sobre a utilização das técnicas de segurança mais avançadas.

Serviço Secreto atua em três frentes. Proteção em viagens e missões, postos permanentes de segurança e atuação da divisão uniformizada com patrulhas diárias. Os agentes atuam onde vivem e trabalham os mais altos líderes eleitos do país, bem como as missões diplomáticas estrangeiras em torno de Washington, D.C. Os lugares fixos incluem a Casa Branca, qualquer edifício onde estejam localizados os escritórios presidenciais, o edifício do Tesouro e qualquer evento designado como evento especial de Segurança Nacional. Os membros da Divisão Uniformizada cumprem sua missão por meio de viaturas policiais, motocicletas, bicicletas, patrulhas a pé, táticas e outras práticas de aplicação da lei.

Mais de 7 mil agentes atuam no Serviço Secreto. São 3,2 mil agentes especiais, 1,3 mil oficiais da Divisão Uniformizada e mais de 2 mil outros funcionários de apoio técnico, profissional e administrativo. Atualmente, são mais de 150 escritórios nos Estados Unidos e no exterior.

COBRANÇAS APÓS ATENTADO CONTRA DONALD TRUMP

O FBI, a Polícia Federal dos EUA, assumiu a liderança da investigação do ataque a tiros que feriu o ex-presidente. Após uma série de críticas contra o Serviço Secreto, a diretora do órgão, Kimberly Cheatle afirmou que os agentes agiram rapidamente.

“O pessoal do Serviço Secreto no local agiu rapidamente durante o incidente, com nossa equipe de contra-atiradores neutralizando o atirador e nossos agentes implementando medidas de proteção para garantir a segurança do ex-presidente Donald Trump”, afirmou Kimberly Cheatle, em um comunicado.

Biden ordenou uma revisão independente de como o atirador chegou ferir gravemente Trump. Entre os questionamentos ao Serviço Secreto, um deles é que o atirador só foi contido após os primeiros disparos. “Por favor: não tirem conclusões precipitadas. Deixem o FBI fazer seu trabalho”, pediu democrata.

Políticos também questionam a atuação das forças de segurança. O deputado republicano Mark E. Green, presidente do Comitê de Segurança Interna da Câmara, enviou no domingo (14) uma carta ao Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, com uma série de perguntas sobre o tiroteio no comício de Trump e exigindo informações sobre a proteção do Serviço Secreto ao ex-presidente. “A seriedade dessa falha de segurança e o momento aterrorizante na história de nossa nação não podem ser subestimados”, escreveu Green na carta.

Green também mencionou relatos de que o Serviço Secreto teria recusado pedidos da campanha de Trump por segurança adicional. Um porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, disse ontem que as alegações eram “absolutamente falsas” e que o órgão havia destinado recursos e tecnologia adicionais à medida que as viagens de campanha foram se intensificando.

Redação / Folhapress

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