Pesquisa de Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV) aponta cidades do Litoral mais violentas; entenda

Motociclista reage a assalto e atinge vítimas que passam no local
Foto: Divulgação

O Instituto Sou da Paz divulgou uma nova pesquisa do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV), que apontou as 10 cidades mais violentas do estado de São Paulo. Entre elas, quatro são da Baixada Santista. Peruíbe aparece em 1° lugar na pesquisa, Mongaguá em 2°, Itanhaém em 6° e Bertioga em 10°. A pesquisa fez a comparação dos anos de 2022 e 2021.

Nesta edição, foi possível perceber que enquanto a média das cidades analisadas no IECV de 2021 foi de 7,57 para todos os municípios paulistas com mais de 50 mil habitantes; em 2022, o índice cresceu para 8,61. Quando analisadas apenas as 10 cidades com os piores índices, como Peruíbe, Caraguatatuba, Mongaguá e Cruzeiro, no topo do ranking, a média vai para 14,2, em 2021, e 15,4, em 2022.

Para efeitos de comparação da taxa, as cidades mais bem ranqueadas em 2021, Pirassununga, Santa Bárbara d’Oeste e Capivari, possuem taxa de 1,37, 2,62 e 2,84 respectivamente. Já em 2022, Capivari, Pirassununga e Nova Odessa estiveram entre os três melhores indicadores, com taxas de 1,71, 2,26 e 2,95 respectivamente.

Segundo o instituto, embora haja piora em todos os subíndices que são considerados no cálculo final do IECV, chama a atenção a alta dos crimes de natureza sexual, que cresceram de forma uniforme em todo o estado.

Os demais subíndices tiveram pioras mais sutis. Os crimes de homicídio e latrocínios são contabilizados pelo IECV Vida, que foi de 3,82, em 2021, para 4,33, em 2022. No mesmo período, o IECV Patrimônio, que avalia os roubos, passou de 5,42 para 5,76. (veja a tabela e compare)

2021

Foto: Divulgação / Instituto Sou da Paz

2022

Foto: Divulgação / Instituto Sou da Paz

Índice de Exposição aos Crimes Violentos

Lançado pela primeira vez pelo Instituto Sou da Paz em 2018, o IECV foi criado para facilitar uma avaliação que agregue várias dimensões da violência e da segurança pública no estado de São Paulo, analisando diferentes tendências criminais e permitindo uma comparação das estatísticas e do nível de exposição da população a esses crimes entre cidades e distritos policiais ao longo do tempo.

O IECV é calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubo – outros, roubo de veículo e roubo de carga). São analisados, segundo esses critérios, todos os municípios do estado com ao menos 50 mil habitantes.

De acordo com o instituto, essa edição traz o índice do litoral e foi ajustado para considerar as altas temporadas turísticas. Segundo a instituição, ele não pode ser visto meramente como um ranking de municípios com um maior ou menor grau de exposição a crimes violentos. O indicador é uma ferramenta que permite uma visão mais ampla dos cenários municipais, permitindo um melhor embasamento para elaboração de políticas de segurança pública pelos gestores municipais.

“Esse dado pode possibilitar que as prefeituras acendam a luz amarela para os casos dos crimes que estejam aumentando ou diminuindo, colocar na centralidade da política municipal a questão da segurança, chamar o gestor para sua responsabilidade para pensar em ações que minimizem os crimes violentos”, avalia a diretora do Instituto Sou da Paz. “Tem várias medidas que o município pode tomar, como criar redes de apoio com a saúde, educação, assistência social e outras áreas também, mas sempre em parceria com a sociedade civil”, diz Carolina Ricardo, diretora do Instituto Sou da Paz.

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