Desde 2007, um projeto social tem feito a diferença na vida de adolescentes grávidas em Santos. Criado por voluntários da Associação Paulista de Medicina Regional Santos (APM Santos), o Projeto Menina-mãe oferece acolhimento, orientação e apoio a jovens que enfrentam a maternidade precoce, promovendo o cuidado integral e a continuidade dos estudos.
Mais de 400 meninas já passaram pelo projeto, que atua de forma multidisciplinar com médicos, psicólogos, assistentes sociais, pedagogas e voluntários. As participantes recebem suporte emocional, educativo e prático para lidar com os desafios da gestação e da maternidade. Entre as ações oferecidas estão oficinas de culinária e artesanato, além da entrega de enxovais e fraldas para os primeiros meses do bebê.
“A principal função do projeto para a cidade é trazer visibilidade ao tema e buscar soluções para reduzir a incidência da gravidez na adolescência, além de mostrar a importância do apoio a essas meninas, que serão responsáveis pela educação de outras crianças”, destaca a Dra. Lilian Wendy, coordenadora da iniciativa.
A proposta também está ligada à Rede de Amamentação da Costa da Mata Atlântica, promovendo práticas de segurança alimentar e incentivando o aleitamento materno. Durante os seis meses de acompanhamento, as adolescentes são incentivadas a permanecer na escola, com foco em garantir sua autonomia futura.
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Segundo a Dra. Lilian, o preconceito ainda é um dos principais desafios enfrentados pelas meninas. “A sociedade estimula um novo comportamento sexual, mas não promove a responsabilidade sobre essas ações”, afirma. Ela também defende a importância da educação sexual como ferramenta de prevenção: “Quando se fala em educação sexual, as pessoas se assustam, mas para que se tenha liberdade, é necessário que também se eduque”.
Como resultado do trabalho de conscientização promovido pelo projeto, políticas públicas importantes foram implementadas na região. A prefeitura de Santos e de São Vicente, por exemplo, passou a disponibilizar implantes hormonais anticoncepcionais para adolescentes que já passaram por uma primeira gestação — uma medida influenciada por discussões promovidas pela APM Santos.
As adolescentes chegam ao Menina-mãe por meio de encaminhamentos do pré-natal da prefeitura ou por indicação de outras participantes. Já as voluntárias interessadas em contribuir com o projeto passam por uma entrevista e podem procurar diretamente a sede da APM Santos, na Avenida Ana Costa, 388 – Gonzaga.
“Queremos mostrar o lado humano dessas meninas, que muitas vezes não estão nessa situação por escolha, mas por falta de orientação adequada”, finaliza a Dra. Lilian.
O Projeto Menina-mãe aceita doações de fraldas e itens de higiene para bebês, que são destinados às jovens atendidas. As doações também podem ser entregues na sede da APM Santos.



