O projeto-piloto de proteção costeira implantado pela Prefeitura na Ponta da Praia, que busca soluções para recuperação das praias da Aparecida e do Embaré, será expandido pela Autoridade Portuária de Santos (APS). O compromisso do órgão federal, manifestado nesta sexta-feira (5), está inserido no contrato assinado com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), prevendo estudos para o aprofundamento do canal de navegação do Porto de Santos para 17 metros.
Serão realizadas simulações hidrodinâmicas para avaliar as diferenças do comportamento das correntes no canal de acesso e avaliar as suas interferências com as obras de melhoria das condições de navegação do Porto, a partir dos dados de variação batimétrica e volumes dragados. O contrato prevê 15 meses de trabalho para apresentação das conclusões pela universidade.
O secretário de Meio Ambiente de Santos, Marcos Libório, lembra que o processo de implantação das geobags (barreiras submersas) começou em 2018. “Para nós é importante que caminhem juntos o estudo do aprofundamento do canal e o estudo de manutenção da areia na praia. Um é complementar ao outro”.
Na avaliação de Libório, a expansão do projeto consistirá em colocar mais barreiras submersas “até onde for necessário. Quem vai à praia no canal 5 percebe um degrau grande entre a calçada e a areia. Isso fica evidenciado nos bairros Embaré e Aparecida. Queremos que este estudo garanta a manutenção da areia da praia, e não a supressão”.
A preservação da areia, explica o secretário de Meio Ambiente, garante a segurança da população. “A praia de Santos tem uma característica dissipativa. Ela dissipa a energia das ondas. Uma pessoa tem que caminhar muito para chegar até o fundo. Mas, na Ponta da Praia, as pessoas já percebem o sumiço da areia. Essa característica de dissipação da energia das ondas vai se perdendo, fazendo com que as ondas quebrem na avenida, provocando danos nas muretas e na calçada”.
BARREIRAS SUBMERSAS
Em 2018, por meio de uma parceria com a Universidade de Campinas (SP), a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) implantou barreiras submersas na Ponta da Praia. Conhecidas como geobags, essas barreiras submersas têm 275 metros de comprimento, sendo compostas por 49 sacos de geotêxtil em formato de ‘L’.
Elas estão instaladas em linha reta em frente à praia, a partir da mureta na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima. A função é diminuir a força das ondas. Já a estrutura instalada paralela à praia, de 245 metros de extensão, tem o objetivo de ajudar a armazenar areia. Os dados do monitoramento demonstram tendência ao acúmulo de areia no trecho. Especialistas apontaram um aumento de 8,9 centímetros de altura de areia na área onde foram instalados os geobags. O trabalho prossegue, gerando mais informações.