Um robalo (Centropomus parallelus) foi encontrado na faixa de areia de Praia Grande. Só que o que chamou a atenção de populares foi que ele tinha um lacre redondo de plástico, que é visto em garrafas pet. O animal chegou a ser salvo com vida, mas morreu dias depois.
De acordo com o Instituto Biopesca, o caso ocorreu no último dia 22 de setembro, na praia do Canto do Forte. Um pescador relatou à equipe que jogou a rede no mar e um dos peixes recolhidos era o robalo. O animal foi entregue sem vida ao Instituto, mas o homem contou que o peixe estava vivo quando foi capturado.
Ainda segundo o Instituto Biopesca, o animal de aproximadamente 30 centímetros tinha preso ao corpo “um lacre plástico branco de cinco centímetros possivelmente oriundo de alguma embalagem”. O instituto disse que não conseguiu identificar a origem do lacre.
O peixe está sendo mantido congelado em local apropriado, pois o Instituto o usará como exemplo, com objetivo de sensibilizar para a problemática dos plásticos nos oceanos. Nas redes sociais, o Biopesca fez uma publicação sobre o assunto.
“Tivemos mais um registro do impacto dos plásticos no ambiente marinho: um lacre redondo estava preso na cabeça de um robalo. O aspecto mais triste da história é que ele foi encontrado ainda vivo na rede do pescador que o entregou para a nossa equipe. Esse caso é mais um dos que comprova a enorme quantidade de plástico presente nos mares e oceanos e reforça a previsão de que haverá mais desse material do que peixes nos oceanos em 2050, ou seja, daqui a 27 anos. Pouco tempo, né?
Precisamos repensar o uso de embalagens e outros itens, em particular daqueles que usamos poucas vezes, como sacolas, copos e garrafas. A produção desse material é bem superior à capacidade de reciclá-lo e, por essa razão, temos que substituí-lo. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente da ONU (Pnuma), mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas a cada ano no mundo. Metade é projetada para ser usada apenas uma vez e, desse total, menos de 10% é reciclado. Aqui no Brasil, os índices de reciclagem não passam de 2%.”