Quando se fala em cuidados com o câncer de cabeça e pescoço, além dos hábitos alimentares e de higiene, a atenção também é com a relação sexual. Por ela pode haver a transmissão do HPV (papilomavírus humano), que é responsável pelo desenvolvimento de câncer em diversas regiões do corpo, especialmente na região da cabeça e pescoço.
Segundo o médico Rogério Dedivitis, isto inclui a orofaringe ou garganta (amígdalas, base da língua e palato mole). Ele diz que a preocupação entre os médicos é constante, pois o vírus do HPV está mudando o perfil dos pacientes acometidos pela doença nessa região do corpo. O risco no aumento do vírus do HPV é em pacientes mais jovens.
“A maior incidência vem ocorrendo em jovens, de ambos os sexos, com predomínio do sexo masculino, devido a prática de sexo oral desprotegido e de relações sexuais com múltiplos parceiros”.
“É alarmante o aumento da incidência dos tumores de cabeça e pescoço entre os jovens. Historicamente, os tumores acometiam os pacientes mais idosos, tabagistas e elitistas. Mas nos últimos anos, surgiu o HPV como fator de risco, que contribui para a maior incidência em jovens pela forma de contágio da infecção”.
Dr. Rogério Dedivitis ressalta ainda que existem vacinas eficazes e disponíveis contra o HPV. “Educar a população, incentivar a vacinação e estimular o compartilhamento das informações pode transformar esse cenário”.
Sobre o HPV:
- Uma pessoa infectada pelo HPV pode levar anos para apresentar sintomas;
- A transmissão ocorre principalmente pelo sexo oral desprotegido em razão do contato direto com a mucosa;
- A base da língua ou amígdalas são os principais locais onde o vírus se manifesta;
- A sobrevivência em cinco anos de um paciente com câncer de orofaringe associado ao HPV chega a 80% caso diagnosticado em fases iniciais;
- Além da vacina, a prevenção mais eficaz é a utilização de preservativo na prática do sexo oral.