Santos prepara plano de contingência em saúde para a temporada de cruzeiros marítimos

Créditos: Divulgação/Prefeitura de Santos

Na próxima semana terá início a temporada de cruzeiros marítimos 2023/2024 e a expectativa é que ela seja a maior dos últimos 11 anos. Durante o período de outubro de 2023 até maio de 2024, cerca de 840 mil passageiros são aguardados, de acordo com dados da Clia Brasil (Cruise Lines International Association). No entanto, a atenção com a saúde deve ser redobrada e a Prefeitura de Santos prepara um plano de contingência.

Segundo o município, a grande circulação de pessoas requer atenção das autoridades sanitárias e, assim como nos anos anteriores, o Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde de Santos elaborou o Plano de Ação de Preparação, Vigilância, Monitoramento e Resposta à Saúde. O documento foi aprovado pela Clia Brasil e também pelas armadoras MSC e Costa Cruzeiros.

O plano estabelece a ação dos setores da saúde de forma integrada, para a vigilância, monitoramento e resposta a uma possível emergência de saúde pública, para ser eficiente na intervenção dos riscos à saúde. Na temporada de cruzeiros de 2022/2023, Santos recebeu cerca de 700 mil pessoas e o plano de contingência anterior foi aplicado com sucesso.

“Em todas as temporadas trabalhamos de forma conjunta com a Anvisa, que é a responsável sanitária na região portuária, por ser uma área federal, e todos os demais envolvidos. O objetivo é garantir o bem-estar e a saúde dos que estão a bordo e também da população local. O sucesso obtido em anos anteriores nos torna exemplo de um bom relacionamento porto-cidade”, afirma o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta.

O funcionamento

Ao detectar caso de Covid-19, de pessoa sintomática ou assintomática, e casos suspeitos de outras doenças transmissíveis, caberá ao navio de cruzeiro ou agente marítimo informar o município, o Estado e a Anvisa sobre essa situação e necessidade de desembarques.

O médico de bordo fará um relatório técnico detalhado sobre a condição de cada paciente. No caso de covid-19, passageiros assintomáticos ou com sintomas leves permanecerão em isolamento na embarcação até o desembarque no porto de origem para o retorno à sua residência.

Quem necessitar de internação será encaminhado para hospital privado, da rede conveniada com a empresa marítima. O transporte será providenciado pela companhia de cruzeiros, em ambulância ou veículo com motorista, fazendo uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e protocolos de higienização, além de previamente testado.

Já os passageiros ou tripulantes que necessitarem de quarentena ou isolamento serão encaminhados ao hotel conveniado à empresa marítima ou companhia de seguros, onde permanecerão até o término do período.

Vigilância

Passageiros e tripulantes hospitalizados serão acompanhados por equipe especializada e designada pela empresa marítima ou companhia de seguros, sob supervisão do Município e do Estado.

Quem estiver hospedado em hotel será acompanhado por equipe de saúde e representantes da empresa marítima e da companhia de seguros, que farão contato diário para atualização do quadro clínico. Todos assinarão termo de responsabilidade para o cumprimento das regras de isolamento. O hotel também ficará com a responsabilidade de cumprimento das regras sanitárias para o isolamento.

Em caso de óbito, a companhia marítima será responsável pela remoção e translado dos corpos.

A competência

A Seção de Vigilância Sanitária faz a vistoria prévia em todos os estabelecimentos indicados (como hotéis, laboratórios e hospitais), com o objetivo de verificação da licença sanitária do local e do cumprimento dos protocolos e ações contra a covid-19 e outras doenças transmissíveis.

Já a Seção de Vigilância Epidemiológica da SMS receberá as fichas de notificação dos casos suspeitos, confirmados, internados e óbitos referentes aos residentes no Município – documentos que devem ser encaminhados imediatamente pelos hospitais e laboratórios, além do monitoramento dos casos em quarentena e isolados nos hotéis.

Após os desembarques, a Seção de Vigilância Epidemiológica deve monitorar casos de doenças e eventos de saúde possivelmente associados a cruzeiros que tenham pacientes e/ou tripulantes internados ou em isolamento em hotéis instalados em Santos. O Município fará a investigação epidemiológica necessária.

Também deverá apoiar a Anvisa, quando solicitada, às ações de investigação de surtos, bloqueios e intervenções em eventos de saúde pública. Assim como o acionamento de outros serviços e setores da Prefeitura caso necessário, de acordo com a natureza e magnitude do evento de saúde ocorrido.

“A Seviep avalia o cenário epidemiológico e, em caso de impossibilidade das operações de diminuição de riscos, informa ao Estado e este à Anvisa para a adoção das medidas pertinentes. Atuaremos em parceria constante durante os sete meses da temporada”, pontua Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos.

Cabe também à Vigilância Epidemiológica solicitar ao laboratório referenciado pela companhia marítima ou seguro os resultados de exames coletados, por amostragem, para envio ao Instituto Adolfo Lutz (IAL). Todos os resultados emitidos pelo IAL serão monitorados e notificados ao Estado para fim de retorno do passageiro ou tripulante à sua cidade de origem.

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