O sol apareceu tímido no domingo (24) de manhã, mas foi o suficiente para animar os quase cem atletas que participaram do 1º Torneio Beach Soccer Down, que contou também com pessoas com deficiências intelectual e auditiva.
O evento foi organizado pela Prefeitura de Santos, por meio da Coordenadoria de Defesa de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência (Codep), na Praia do Gonzaga próximo ao canal 3.
Com a bola rolando, os times de Santos e das cidades de Praia Grande, Botucatu e Itu se divertiram bastante, mostrando que entendem e amam o futebol. Como era esperado, não faltaram gols e comemorações dos jogadores e da torcida.
Alan Roger Torres, 22 anos, saiu de Praia Grande com sua equipe para fazer parte do torneio. A felicidade era tanta que ele já disparou: “Vou fazer cinco gols hoje, é muito bom jogar futebol”. Não à toa o apelido dele entre os amigos é Ligeirinho. Cuidador da equipe, Vinicius de Moraes diz que este tipo de ação contribui para o desenvolvimento e autonomia dos praticantes. “Ajuda na interação também, porque é importante para eles conhecerem pessoas e ambientes diferentes”.
Olga Madeira Farroco é mãe do jovem Vinicius, do mesmo time, e conta que seu filho estava animado com a competição. Ela é uma das grandes incentivadoras do torneio. “Essas pessoas estão saindo do quarto delas e vindo para a sociedade, vendo que podem produzir e fazer as coisas que imaginam, dentro do limite delas, claro, e que podem ser felizes”.
Já Ana Maria Alves da Silveira faz parte do time de futsal de Itu. Ela é formada em Educação Física e atua como intérprete de Libras, já que parte da equipe é formada por jovens surdos. “Fico de intermediária entre os técnicos do time e de goleiro e os alunos. Os treinos acontecem muito bem e é a primeira vez que a gente vem jogar na praia. São oportunidades que surgem e nossos atletas aproveitam muito”.
Matheus Henrique Souza Galanti, 27 anos, também veio com o time de Itu e estava muito empolgado com a novidade. “Já nasci jogando futebol e hoje e na praia é mais gostoso. É a primeira vez que estou vendo o mar”.
A policial civil Karina e o filho Diego viajaram 306 km, distância entre Botucatu e Santos, para fazer parte do evento. “Saímos às 3 horas da manhã e chegamos às 9 horas. Adoramos a ideia do campeonato na praia. É maravilhoso, é uma questão de inclusão mesmo. É gratificante, valeu a pena ter vindo”.
O torneio contou com o apoio do Santos FC, Sabesp, Burgman, Ituano FC, Ocian Praia Clube, Projeto UP Futebol Society para Pessoas com Deficiência Intelectual, Incas Futsal Down e Higor Messias Projetos.