O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) que denunciou dois policiais militares acusados de executarem Allan de Morais Santos, de 36 anos, no dia 10 de fevereiro, na cidade de Santos, litoral paulista, utilizou das imagens das Câmeras Operacionais Portáteis (COPs) dos agentes para provar que houve simulação de confronto na cena do crime.
Na data dos fatos, a Polícia Militar teria recebido a denúncia de que um envolvido com facção criminosa estava transportando armas em um Jeep Compass. O suspeito foi interceptado na Avenida Martins Fontes, e segundo os agentes, teria desobedecido a ordem de parada, colidido contra uma viatura, e disparado contra a equipe.
A denúncia, porém, aponta que o tenente Diogo Souza Maia e o cabo Glauco Costa simularam um confronto. “Dentro do veículo que conduzia, o homem foi atingido por disparos efetuados pelos dois policiais, inclusive a curta distância. Em seguida, os réus simularam que tiros tinham sido dados de dentro para fora do carro, forjando um confronto que não ocorreu”, informou o MP em nota.
A câmera do tenente estaria descarregada, por este motivo, não consta na denúncia. No vídeo, é possível ver que às 17h38m50s a viatura dos réus emparelham com o automóvel de Allan, e em 5 segundos, dispara 4 vezes com um fuzil, contra a vítima.
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O carro de Allan se movimenta após os disparos, e o cabo atira contra ele novamente. Às 17h39, a vítima já havia levado seis tiros. Seis segundos depois, Maia é flagrado se aproximando da lateral do carro da vítima e mexendo em algo. Às 17h39m20s, ele permaneceu no local e, oito segundos depois, houve-se 2 disparos. Na sequência, Glauco Costa recolhe uma pistola prateada no chão, como se fosse do suspeito.
Estes tiros ouvidos por último teriam sido feitos de dentro do veículo de Allan, de acordo com os promotores da denúncia, o que simularia o confronto. Um deles aparece recolhendo o armamento como se estivesse desarmando a vítima. Os carros da PM que estiveram na ocorrência, também teria sido parados de forma estratégica para esconder a movimentação dos agentes. Um agente chega a andar de costas para quenão registrasse o veículo.
Em um primeiro momento, nenhuma cápsula deflagrada foi encontrada dentro do carro de Allan, o que reforça a tese da simulação. Também não havia sido encontrado nada ‘ilegal’. Apenas em uma segunda vistoria é que encontram o projétil no assoalho, e um fuzil no porta-malas.
Relembre o caso
A Polícia Militar recebeu denúncia de que um envolvido com facção criminosa estava transportando armas em um Jeep Compass, na tarde de 10 de fevereiro.
Eles conseguiram interceptar o homem (36 anos) e deram ordem de parada, na Avenida Martins Fontes, em Santos. Porém, o mesmo não respeitou, e jogou o carro contra a viatura. A PM então disparou contra o criminoso, que acabou atingido.
Um fuzil calibre 556 foi apreendido. O envolvido tinha passagens por tentativa de homicídio e associação criminosa. Mesmo levado à Santa Casa, acabou não resistindo e veio a falecer.
Allan de Morais Santos, também conhecido como “Príncipe” dentro de uma facção criminosa foi o 19º morto na Baixada Santista após o início da Operação Escudo.