Vem aí a 65ª edição do FESTA de Santos

Créditos: Divulgação/Prefeitura de Santos

Um dos eventos mais tradicionais do teatro brasileiro vai começar nesta sexta-feira (1º), em Santos. Começa a 65ª edição do mais antigo festival de artes cênicas em atividade no Brasil, o Festival Santista de Teatro (FESTA). As atrações ocorrem em diversos espaços culturais e vias até 7 de setembro.

O FESTA é realizado pelo Movimento Teatral da Baixada Santista, em parceria com o Sesc Santos e a Secretaria de Cultura de Santos. Nele, obras teatrais de variados gêneros e formatos, para o público adulto e infantojuvenil serão realizadas. Além disso, a programação conta ainda com workshop, lançamento de livro, ensaio aberto e outras atrações.

O tema desta edição é ‘65 Anos de Festa – Das Lutas de Pagu Até o Fomento ao Teatro’ e a proposta é levar um olhar sobre as novas possibilidades abertas para os coletivos teatrais, especialmente aqueles com pesquisa continuada, como a aprovação da ‘Lei Sérgio Mamberti’ de Fomento ao Teatro para a Cidade de Santos.

É o que explica Raquel Rollo, uma das organizadoras do Festival, que falou para o THMais, maiores detalhes do evento.

“O Festival Santista de Teatro busca potencializar a visibilidade de conteúdos, espetáculos e reflexões sobre o teatro contemporâneo e seus novos desafios, bem como os meios de produção e difusão do segmento, funcionando como um polo de resistência cultural. Por sua atuação como um elemento importante na construção da identidade da comunidade local ao longo destes 65 anos, se tornou Patrimônio Imaterial da Cidade de Santos”.

Raquel relata que a homenagem para ativista política e jornalista Patrícia Galvão, a Pagu (1910-1962) é mais do que justa. Ela foi considerada uma pioneira e um marco para a cultura brasileira.

“Patrícia Rehder Galvão, a Pagú, foi figura central na construção da ideia e na busca pelo incentivo que resultou na criação do nosso festival, em 1958. À época ela trabalhava como jornalista e também promovia cursos de Arte Dramática”, conta.

“Além de um riquíssimo legado para as artes e para as letras, suas lutas seguem atualíssimas até hoje. Ela foi ativista política e perseguida por demonstrar inconformismo diante das desigualdades sociais e a opressão dos trabalhadores, além de uma voz essencial na ampliação do papel da mulher na sociedade brasileira”.

Com relação ao que o público pode esperar do FESTA65, Raquel relata que muitas surpresas e atividades interativas serão realizadas. E tudo de graça.

“Teremos uma programação de qualidade, que mapeia o trabalho que vem sendo realizado por importantes grupos teatrais da região e ainda contempla três espetáculos que vem para a Mostra Estadual com propostas diversas de encenação, que vão entreter tanto o público infanto-juvenil quanto adulto. Além disso haverá uma programação paralela que inclui um workshop de canto, lançamento de livro e uma feira de artesanato e gastronomia, entre outras atrações. Todo o festival é gratuito”.

Por fim, em relação a questão da necessidade de investir em cultura e a importância dela para a sociedade, Raquel comenta sobre a importância da presença dela na vida das pessoas.

“A cultura é essencial para que a sociedade possa exercer um olhar mais crítico acerca de seu entorno, propondo transformações e reflexões através da arte. Em se tratando de um festival diverso, acessível e gratuito, como o Festa, organizado pelo Movimento Teatral da Baixada Santista, com o apoio de parceiros de longa data como o Sesc Santos e da Prefeitura Municipal, este impacto é ainda mais potente e duradouro. Por isso ele se reinventa há 65 anos”.

Programação

A abertura, que ocorre nesta sexta-feira (01/09), será no Teatro do Sesc (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida) e terá a apresentação do espetáculo ‘Cordel Do Amor Sem Fim – Ou A Flor do Chico’, do grupo campineiro ‘Os Geraldos’, com dramaturgia de Claudia Barral e direção de Gabriel Vilela, um dos mais premiados e reconhecidos diretores da cena teatral brasileira.

Em circulação nacional, a montagem já foi assistida por mais de sete mil pessoas, incluindo apresentações no Festival de Curitiba, no Festival Cena Contemporânea (Brasília-DF) e no Tiradentes em Cena (MG), entre outros circuitos.       

A escolha dos nove espetáculos que compõem a mostra regional do FESTA65 se deu por meio de curadoria coletiva, com participação de representantes dos 37 trabalhos inscritos.

São eles: ‘Jantar Com Daddy’, de André Leahun (Santos), ‘Eu-Fêmea: Matiz Sob Silêncio E Vertigem’, da Incena Brasil (Cubatão), ‘Contr’A’taque’, da Equipe Plataforma (São Vicente), ‘La Monstrua’, de Danielle Lima (Guarujá), ‘EntrƎ’, da Cia PlástikOnírica (Santos), ‘Democraceria LTDA’, da Trupe Olho da Rua (Santos), ‘As Fuás’, da Bordallo Produções (Santos), ‘Terceiro Sinal’, da Casa3 (Guarujá) e ‘O Baú de Candoca’, do Teatro Experimental de Pesquisa – TEP (Santos).

Já a mostra estadual terá três espetáculos: ‘Circo Fubanguinho’, da Trupe Lona Preta (São Paulo-SP), ‘Do Outro Lado do Muro’, da Espontânea Cultural e Grupo Xingó (São Paulo-SP), e ‘O Vestido da Rainha’, da Cia. Bambolina (Paraguaçu Paulista-SP).

A programação paralela do FESTA65 reúne lançamento do livro ‘Parlapatões no Ato’, de Cuca Nakasone; intervenções de dança e artes urbanas do grupo Baixada Hip-Hop; workshop de canto com o ator, cantor e preparador vocal Marcelo Boffat; feira de gastronomia e artesanato do Coletivo Afrotu; as festas ‘A Praça É Nossa’ e ‘Baixada Vermelha’.

A produção do FESTA65 dedica esta edição à memória de Lizette Negreiros, Samara Faustino, Zé Celso Martinez Correia, Alexandre Maradei, Vall Carthom e Tanah Corrêa. A programação completa do festival pode ser conferida no Festa65

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