O mês de agosto é marcado pela campanha Agosto Lilás, que promove a conscientização e o combate à violência contra a mulher em todo o país. A iniciativa, criada pelo governo federal, foi inspirada na sanção da Lei Maria da Penha, em 7 de agosto de 2006, um marco no enfrentamento da violência doméstica e familiar no Brasil.
A campanha busca informar a população sobre os diferentes tipos de violência — física, sexual, psicológica, moral e patrimonial — e divulgar os canais de denúncia e apoio às vítimas, como o Ligue 180, o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Em Campinas, uma história de dor se transformou em símbolo de resistência. Desde 2019, Seu Delfino Ribeiro, morador da cidade, mantém viva a memória da filha, assassinada pelo ex-namorado. Ao invés de se calar, ele criou um jardim em homenagem à jovem e espalhou placas com frases como “Não ao feminicídio” e “Ela vive”. O espaço, cuidado por ele e pela comunidade, é hoje ponto de reflexão e homenagem às vítimas da violência de gênero.
“Eu não queria que ela fosse esquecida. A dor virou força para tentar mudar a realidade de outras mulheres”, disse.
No mesmo bairro, um Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) recebeu o nome da filha e se tornou referência em oficinas culturais para crianças, jovens e adultos. O espaço é um exemplo de como é possível transformar o luto em ação, memória em movimento.
Durante todo o mês, entidades públicas, organizações e a sociedade civil promovem debates, ações educativas e eventos sobre o tema, reforçando que a denúncia é essencial para interromper o ciclo da violência. Além disso, o Agosto Lilás valoriza a importância de uma rede integrada de apoio, que envolve segurança pública, saúde, assistência social e educação.
A luta contra a violência à mulher exige atenção constante — e o Agosto Lilás é um convite para toda a sociedade assumir essa responsabilidade.







