Baixa umidade do ar pode causar problemas à saúde; Centro de Gerenciamento emite alerta

Marcela Gomes
Marcela Gomes
Chefe de redação na Thathi Record Campinas. Especialização em Mídia e Tecnologia e pós graduação em Semiótica.
Baixa umidade do ar pode causar problemas à saúde; Centro de Gerenciamento emite alerta
Foto: Leandro Ferreira

A temperatura permanece na faixa dos 35ºC, na região de Campinas, até a próxima quinta-feira, 22. A situação é semelhante em boa parte do estado. Por conta das altas temperaturas e da baixa umidade do ar, o Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo (CGE), emitiu alerta via sms para 16 regiões do estado sobre o risco de incêndios florestais.

Receberam o alerta os usuários cadastrados na Capital, Região Metropolitana de SP, Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Itapeva, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São José dos Campos, São Jose do Rio Preto e Sorocaba.

Segundo o meteorologista do Centro de Gerenciamento, Willian Minhoto, a umidade relativa do ar poderá atingir níveis críticos ao longo do dia. Com exceção do litoral paulista, todo o estado atingirá níveis abaixo dos 20% de umidade relativa do ar.

De acordo com o HCor (Hospital do Coração) a baixa umidade do ar pode aumentar em 50% o risco cardíaco de pessoas que possuem alguma vulnerabilidade, como comprometimento coronário. O risco aumenta porque para manter a pressão arterial com esses vasos dilatados, o coração precisa trabalhar e bater mais forte. Além do coração fazer mais esforço, os poluentes do ar promovem uma irritação no pulmão.

Para o cardiologista e clínico geral, Dr. Abrão Cury, essa irritação é ruim, pois os brônquios ficam mais fechados. Quando isso acontece, os vasos também se fecham mais e o coração vai bombear contra um pulmão mais fechado, além de aumentar a resistência dos vasos. “A desidratação pelo ar seco também preocupa, pois quando a umidade do ar está baixa, o pulmão continua necessitando de um ar com 100% de saturação. É importante saber que a desidratação traz, também, outras consequências graves, como maior risco de trombose e sobrecarga ao coração. Com isso, o coração se vê obrigado a trabalhar mais depressa”.

A recomendação é ter cautela ao praticar atividade física ao ar livre durante os dias com ar seco e grande concentração de poluição. “É preciso se hidratar mais do que o normal. O ideal é só praticar exercícios ao ar livre antes das 8h e depois das 19h. Sem vento e chuva, as partículas de poluentes ficam de dois a cinco dias voando sem se depositar, e vão sendo transformadas pela radiação solar, gerando radicais livres. Outra dica é não correr e se exercitar próximo aos carros, pois os níveis de poluentes são muito mais altos nos corredores de tráfego, do que no meio das árvores de um parque”, esclarece o médico.

Aumento da incidência de doenças respiratórias:

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a umidade do ar ideal compreende a faixa entre 50 e 80%. Entretanto, em algumas épocas do ano, como no inverno, ela tende a cair, inclusive, abaixo de 30%. As regiões Centro-Oeste e Sudeste são, geralmente, as mais prejudicadas. Nestes estados, há um significativo aumento de buscas por atendimento médico, principalmente por pessoas alérgicas. Isso acontece porque as mucosas costumam ressecar e inflamar nestes períodos.

Em outras regiões, a baixa umidade também causa desconforto, mas algumas atitudes podem ajudar a diminuir os problemas causados pela falta de chuva. Segundo o Ministério da Saúde, a baixa umidade requer cuidados, principalmente com as pessoas que já têm ou tiveram sintomas de doenças respiratórias.

Com a queda da umidade, além do ar poluído, as vias aéreas ficam mais ressecadas, o que favorece a intensificação de problemas respiratórios.

Saiba como amenizar o desconforto causado pela baixa umidade relativa do ar:

• Ingerir bastante líquido

• Espalhar panos ou baldes com água em ambientes da casa, principalmente no quarto, ao dormir, ou utilizar umidificadores de ar

• Evitar grandes aglomerações

• Evitar carpetes ou cortinas que acumulem poeiras

• Evitar roupas e cobertores de lã ou com pelos

• Evitar exposição prolongada à ambientes com ar condicionado

• Manter a casa higienizada, arejada e ensolarada

• Lavar nariz e olhos com soro fisiológico algumas vezes ao dia

• Trocar comidas com muito sal ou condimentos por alimentos mais saudáveis

• Evitar exercícios físicos entre às 10 horas da manhã e às 05 horas da tarde

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