Campinas chega a 14 mortes por dengue

Marcela Gomes
Marcela Gomes
Chefe de redação na Thathi Record Campinas. Especialização em Mídia e Tecnologia e pós graduação em Semiótica.
Campinas chega a 14 mortes por dengue
Imagem: divulgação

Campinas confirmou hoje, 23, mais três mortes por dengue no município, totalizando 14 óbitos em 2024. As vítimas morreram entre 21 de março e 4 abril. Até agora foram confirmados 61.791 casos de dengue em Campinas.

As vítimas são duas mulheres, uma de 73 anos e outra de 50 anos, e um homem, de 99 anos. Os casos foram registrados nas regiões do CS 31 de Março, CS Sousas e CS DIC 3. Um dos óbitos foi causado pelo sorotipo 1 da doença, um pelo sorotipo 2 e o outro não foi identificado.

Orientações:

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.

Já quem estiver com suspeita ou dengue confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

A médica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) Elda Motta reforça a importância da hidratação e da avaliação médica, principalmente para idosos, gestantes, crianças e pessoas que tenham comorbidades. “A dengue é uma doença que faz a pessoa desidratar mesmo quando não tem perdas aparentes, como vômito e diarreia, por isso, é preciso beber soro de reidratação oral e água para evitar complicações, além de procurar por atendimento médico para orientações. É importante que o paciente passe por avaliação clínica, tenha a pressão arterial medida e siga as recomendações recebidas. Lembrar que o volume de líquido que deve beber é grande, por volta de 60 ml por quilo de peso, e que alguns sinais de desidratação não são valorizados como apatia, irritabilidade, perda de apetite e perda de vontade de ingerir líquidos”, explicou.

Ações de combate:

Desde dezembro de 2023 a Secretaria de Saúde já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios diante do contexto do aumento de casos da doença. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.

A Prefeitura realizou neste ano 12 mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 50,5 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito. Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços não é acessada pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em razão de impedimento dos moradores.

A Administração passou a usar a estratégia de utilização de drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe via WhatsApp mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento.

A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.

  • Controle de criadouros: 336,9 mil imóveis visitados
  • Nebulização costal: 60,8 mil imóveis visitados
  • Nebulização veicular: cobertura de 33,1 mil imóveis
  • Busca ativa + controle de criadouros: 78,9 mil imóveis visitados
  • Avaliação de densidade larvária realizada por agente comunitário de saúde: 33,3 mil imóveis visitados
  • Avaliação de densidade larvária feita por agente de apoio ao controle ambiental: 1,7 mil imóveis visitados
  • Pontos estratégicos e imóveis especiais: 1,3 mil imóveis visitados

Comitê de prevenção

A Prefeitura conta com um comitê de prevenção e controle de arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: dengue.campinas.sp.gov.br.

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