A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou a primeira morte por febre maculosa no município em 2024. A vítima é um homem de 24 anos que frequentou a lagoa do Parque Botânico Amador Aguiar, na região do Swiss Park.
O parque é uma conhecida área de transmissão de febre maculosa na cidade e possui placas de alerta, afirmou a prefeitura. A vítima foi auxiliada pela rede pública.
A doença, sintomas e busca por assistência
A febre maculosa é uma doença grave, com alta letalidade, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. A infecção se dá pela picada do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) infectado com esta bactéria. Os sintomas iniciais são febre, dor de cabeça e dor no corpo, com piora progressiva e surgem de dois a 14 dias após a picada do carrapato infectado, podendo ser confundidos com outras doenças, como dengue, leptospirose, gripe e covid-19.
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado logo nos primeiros dias de sintomas para evitar agravamento e possível óbito. É importante evitar contato direto com vegetação, principalmente perto de rios, córregos e lagoas, utilizar roupas e calçados que cubram o corpo e ficar atento para retirar rapidamente eventuais carrapatos aderidos à roupa e ao corpo.
Caso a pessoa apresente febre entre dois a 14 dias após frequentar áreas verdes, a pessoa deve procurar imediatamente um serviço de saúde e informar que esteve em local onde o carrapato-estrela pode estar presente. Com isso, a Saúde ressalta a importância de não banalizar sintomas, uma vez que o tratamento oportuno é imprescindível para salvar vidas.
Alerta para prevenção
A Saúde, por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), ressalta a necessidade de intensificação de atividades e orientações para prevenção e controle da febre maculosa de maio a novembro. Isso ocorre porque é o período de maior predomínio das fases jovens do carrapato-estrela no ambiente, vetor da doença, conhecidas como “micuim” (larvas) e “vermelhinho” (ninfas), o que aumenta o risco de transmissão e ocorrência da doença.
O carrapato-estrela na sua fase jovem pode parasitar qualquer animal, inclusive o ser humano, que frequenta áreas com vegetação, especialmente onde há presença de capivaras, cavalos ou outros animais silvestres. Os carrapatos infestam capins, gramados e acúmulos de folhas secas caídas, principalmente em áreas sombreadas.
Quem visita, trabalha ou mora em área de risco para febre maculosa – próximo a matas, rios e parques com áreas verdes – pode seguir as seguintes medidas de prevenção:
- O carrapato-estrela é encontrado naturalmente em gramados e matas, em especial nas áreas próximas a rios, lagos e lagoas. Se estiver contaminado, pode transmitir a bactéria que causa a febre maculosa;
- Evite caminhar, sentar e deitar na grama e nos locais com acúmulo de folhas secas caídas. Os carrapatos se concentram em áreas de sombra;
- Evite se aproximar de rios, lagos, lagoas e dos animais presentes no local;
- Faça piquenique, comemoração, ensaio fotográfico e atividade física nas áreas pavimentadas;
- Use roupas claras, observe o corpo e as roupas. Se algum carrapato chegar até você será mais fácil enxergar;
- Use repelente com eficiência comprovada contra carrapatos. Passe na pele exposta, sapato e roupa;
- Encontrou um carrapato aderido na pele? Retire com cuidado, sem esmagar, de preferência usando uma pinça e lave o local com água e sabão;
- Em casa, tome banho quente e use bucha vegetal fazendo movimento circular. Se tiver algum carrapato na pele, a bucha ajuda a retirar;
- Ao visitar áreas verdes e parques da nossa cidade, respeite as orientações das placas de informação;
- O carrapato de cachorro não é da mesma espécie do carrapato-estrela. Porém, se o seu pet frequenta área de risco, ele pode ser infestado pelo carrapato-estrela e levá-lo para sua casa.