Campinas registra primeiros casos de sorotipos 2 e 3 da dengue; entenda

Campinas registra primeiros casos de sorotipos 2 e 3 da dengue; entenda
Créditos: Pixabay

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta quarta-feira, 7, os primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e antes disso a metrópole só havia registrado o sorotipo 1.

“Esta é a primeira vez em que três sorotipos da dengue circulam de maneira simultânea em Campinas, o que aumenta o risco de casos graves e de as pessoas se infectarem com um vírus que não têm imunidade”, alertou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben. O problema é alertado desde o fim de 2023 pela Prefeitura, quando o prefeito, Dário Saadi, anunciou um pacote de medidas com objetivo de mobilizar a população para cuidados e evitar novas mortes pela doença .

“É importante que a população abra cada vez mais suas portas para os agentes da Saúde e colaborem fazendo sua parte na eliminação semanal de focos de água parada e potenciais criadouros para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Além disso, que procure de maneira correta assistência médica se apresentar sintomas. Queremos evitar casos graves da doença e que Campinas tenha vidas perdidas”, ressaltou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto.

Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios.

Quem são os mais vulneráveis?

Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior. 

Os casos confirmados

Os moradores diagnosticados com os sorotipos 2 e 3 da dengue foram atendidos por serviços de saúde particulares em Campinas e evoluíram para cura. São eles:

Sorotipo 2
Mulher, 39 anos, coleta de exame em 3 de janeiro, residente na região Sudoeste
Mulher, 37 anos, coleta de exame em 10 de janeiro, residente na região Leste.

Sorotipo 3
Mulher, 14 anos, coleta de exame em 18 de janeiro, residente na região Suleste.

Como o Adolfo Lutz avalia somente alguns casos para saber o sorotipo, não é possível afirmar se estas foram as primeiras infecções em Campinas para os subtipos 2 e 3, nem precisar a quantidade de casos de cada um. Desde 1º de janeiro a cidade registra 1.949 infectados e nenhum óbito. A atualização das estatísticas foi realizada pela Saúde na terça-feira, 6 de fevereiro.

O que está sendo feito?

A Secretaria de Saúde colocou em prática, desde dezembro de 2023, uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue, que inclusive começaram a ser copiadas por outros municípios diante do aumento de casos.

Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 18,4 mil imóveis em quatro mutirões e ações de visitas às residências que antecederam estes trabalhos específicos para orientar a população e eliminar criadouros do Aedes aegypti. Além disso, somente no sábado, 3 de fevereiro, um mutirão da Secretaria de Serviços Públicos recolheu 1,4 mil toneladas de lixo e entulho descartados irregularmente em áreas públicas de Campinas.

Ainda em janeiro, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, enviou um ofício ao Ministério da Saúde para reivindicar a entrega de vacinas contra a dengue. A medida ocorreu após a cidade ficar fora da lista de municípios contemplados com a 1ª remessa, embora ela atenda a maioria dos requisitos para receber o imunizante. Veja aqui detalhes.

Combate à doença

A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.

Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

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