CASO ROBERTA: Biomédica aponta uma segunda profissional que teria aplicado anestesia em fotógrafa

Jéssica Fagnano
Jéssica Fagnano
Jornalista, 32 anos.
Biomédica aponta uma segunda profissional que teria aplicado anestesia em fotógrafa

A biomédica responsável pelo procedimento de Endolaser na Roberta Correa, apontou uma segunda pessoa que teria aplicado a anestesia na fotógrafa. Ela ainda não foi identificada pela polícia. Mas um enfermeiro do Samu relatou ter visto a profissional na clínica. A polícia civil busca identificar a mulher, que também deve ser ouvida na delegacia.

A reportagem da Thathi Record TV conversou com o advogado da biomédica, João Paulo Sangion, que assumiu o caso na noite desta segunda-feira, 16. O depoimento da biomédica estava marcado para essa terça-feira, 17, mas a pedido dele, deve ser transferido para quarta-feira, 18.

Segundo o advogado, a profissional que teria realizado a anestesia na fotógrafa, também era uma biomédica. O procedimento de Endolaser chegou a ser iniciado, mas minutos depois, Roberta teria se queixado de um desconforto na região da escápula e passou a sentir um calafrio. Imediatamente as profissionais pararam o procedimento.

“Então infelizmente ela entrou em processo de convulsão. Imediatamente as duas prestaram socorro imediato pra ela ali, porque ela estava convulsionando. E já gritaram por socorro. Não me recordo agora se foi a recepcionista ou uma outra profissional que estava no local, já ligou imediatamente pra Santa Casa e solicitou a ambulância.”, afirma o advogado.

Apesar de informações preliminares de que Roberta teria entrada em parada cardíaca ainda na clínica, o advogado afirma que a biomédica nega que isso tenha acontecido.

“Até pelo salivar, e o comportamento fisiológico no corpo, elas identificaram uma convulsão.”, diz ele.

Ainda de acordo com Sangion, a responsável pelo procedimento é biomédica há 12 anos e biomédica esteta há 4. A profissional seria especializada em Endolaser e já fez mais de 40 procedimentos. Ela ainda estaria regularizada no Conselho Regional de Biomedicina, afirma o advogado.

Outra cliente passou mal no mesmo dia

Segundo a polícia, depois da morte da Roberta, uma outra cliente da biomédica procurou a delegacia relatando ter passado mal durante o procedimento feito no mesmo dia da fotógrafa. Ela esteve na clínica no período da manhã e se sentiu mal depois da anestesia. A mulher estava acompanhada e foi levada pro hospital logo em seguida.

O caso

A fotógrafa Roberta Correa de 44 anos, morreu após complicações durante um procedimento estético no dia 9 de outubro, em uma clínica particular de Cosmópolis. Ela deu entrada para fazer o chamado Endolaser, técnica para remover gordura localizada através de um laser, porém passou mal durante o processo, com casos de convulsões.

Ela foi levada para a Santa Casa da cidade já com parada cardíaca, mas foi reanimada. Roberta permaneceu internada até sexta-feira, 13, quando foi constatada morte cerebral.

Durante o velório, que aconteceu nesta segunda-feira, 16, familiares e amigos se mostraram revoltados com o ocorrido. Eles questionam se a biomédica responsável pelo procedimento tinha a infraestrutura necessária para a realização do Endolaser.

A equipe do THMais entrou em contato com a defesa da biomédica por telefone. O advogado Douglas Oliveira deixa claro que a mulher agiu dentro da legalidade e prestou todo o suporte e não omitiu socorro, tanto no momento em que Roberta passou mal, quanto após que a vítima foi para o hospital.

Quem era a fotógrafa?


Além de fotógrafa, Roberta Correa era diretora de comunicação do Cosmopolitano Futebol Clube. Ela também era influenciadora digital e produtora, muito conhecida pelos moradores e frequentadores do clube. Ela era casada e deixa dois filhos, de 17 e 23 anos.

O que diz a prefeitura?


Em nota, a Prefeitura de Cosmópolis informa que a Vigilância Sanitária, no uso de suas atribuições legal, em especial do poder de polícia administrativa, procede a lacração do estabelecimento, considerando os fatos ocorridos que chegou ao conhecimento deste departamento por meio da repercussão pública.

Em consulta constatou-se a ausência de autorização e liberação sanitária para a realização dos procedimentos estéticos que vinham sendo realizados neste estabelecimento comercial, razão pela qual ratifica-se a lacração até que sejam apurados e sanadas as irregularidades constatadas.

O que diz o estabelecimento?


O espaço no qual Roberta foi fazer o procedimento é uma clínica particular com diversos serviços.

Em nota, a responsável pelo local diz é locatária de um imóvel comercial no qual é utilizado como espaço de beleza, e onde atende exclusivamente como especialista em sobrancelhas. Pelo fato do imóvel haver alguns cômodos desocupados, a dona locou estas salas para outros profissionais (manicure, cabeleireira, estética corporal e facial), sendo que cada uma destas profissionais é responsável autônoma pela sua prestação de serviço e cada qual possui um mei autônoma.

Em relação ao ocorrido, ela diz que se solidariza com a família e amigos pelo falecimento e perda de Roberta Corrêa. Por fim, a Vigilância Sanitária do município de Cosmópolis, compareceu no local e já tomou as medidas pertinentes em relação a sala comercial da referida profissional que realizou o atendimento.

O que diz o Conselho Regional de Medicina?


Em nota, o CRM informa que, em decorrência de notícias recém-divulgadas em veículos de comunicação a respeito da acusação de responsabilidade da citada profissional pelo óbito, no último dia 13, de
paciente submetida a procedimento estético, em clínica na cidade de Cosmópolis (SP), a autarquia
acompanha o trabalho e aguarda o resultado das investigações pelas autoridades competentes. Em
paralelo, deu início imediato a sindicância interna a fim de apurar supostos atos infracionais
cometidos.

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