A maior intervenção cultural já realizada em Campinas entra na fase final. O Centro de Convivência Cultural “Carlos Gomes” deve ser entregue à população em julho deste ano, totalmente reformulado e pronto para se firmar como referência nacional em infraestrutura artística e acessibilidade.
Iniciada em 2020 e dividida em duas etapas, a obra de revitalização do Centro de Convivência representa um salto histórico para o cenário cultural de Campinas. Com valor total superior a R$ 60 milhões, a modernização envolveu tecnologia de ponta, materiais importados e soluções técnicas que reconfiguraram o espaço, agora preparado para receber desde concertos sinfônicos a grandes exposições.
Na primeira fase, concluída em 2023, foram investidos R$ 23,5 milhões. O palco foi reconstruído, os camarins e a sala de ensaio da Orquestra reformulados, e espaços como foyer, área expositiva e restaurante revitalizados. Instalações elétricas e hidráulicas foram substituídas, houve adaptações de acessibilidade e a acústica recebeu tratamento integral.
Já o Teatro de Arena, localizado na área externa, passou por impermeabilização com aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA) — tecnologia que soluciona o problema crônico de infiltrações e garante a longevidade do espaço.
A segunda fase, em execução desde maio de 2024, demandou R$ 38,9 milhões. Com foco em infraestrutura cênica, essa etapa contempla a automação do sistema de iluminação, áudio e vídeo, além da instalação de maquinário motorizado, passarela técnica, urdimento, forro em gesso, carpete e poltronas novas.
Para o prefeito Dário Saadi, trata-se de um investimento estrutural na arte e cultura da cidade. “O Centro não é apenas um teatro. É um complexo com salas para exposições, café, teatro de arena e espaços preparados para ensaios e apresentações. Estamos entregando à cidade uma referência nacional em cultura”, afirma.
Um dos destaques da reforma é a concha acústica — estrutura que aprimora a qualidade sonora nas apresentações da Orquestra Sinfônica e coros. No estado, apenas o Teatro Municipal de São Paulo dispõe de recurso semelhante. Além disso, o espaço contará com cabine de tradução simultânea e sistema de audiodescrição, tecnologias raras no país.
O secretário de Infraestrutura, Carlos Barreiro, ressalta que todos os ambientes são acessíveis. “Adaptar uma estrutura antiga e transformá-la em um espaço totalmente inclusivo foi um desafio vencido. Atualmente, estamos na etapa de comissionamento, quando as equipes da Cultura estão sendo capacitadas para operar os sistemas. Em julho, concluiremos tudo”, afirma.
Segundo a secretária de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, o novo Centro simboliza o compromisso com a valorização das expressões artísticas locais. “É um polo criativo, um espaço para todos os públicos. Esta entrega representa mais do que uma obra finalizada — é uma afirmação da cultura como motor de cidadania, diversidade e pertencimento.”
O diretor da Orquestra Sinfônica Municipal, Wanilton Mahfuz, destaca que o espaço será ideal para concertos, óperas e musicais. “Com a acústica aprimorada e o fosso restaurado, teremos condições excepcionais para performances sofisticadas. É a casa da Orquestra, reimaginada.”
Campinas se prepara para celebrar a reinauguração de um de seus marcos culturais com uma estrutura à altura de sua história artística.



