Centros de reabilitação da região recebem animais vítimas das queimadas

Marcela Gomes
Marcela Gomes
Chefe de redação na Thathi Record Campinas. Especialização em Mídia e Tecnologia e pós graduação em Semiótica.
Centros de reabilitação da região recebem animais vítimas das queimadas
Foto: Divulgação | Governo de São Paulo

Nove animais vítimas de incêndios em áreas de mata da região foram socorridos aos centros de atendimento em Jundiaí e Araras, na última semana, de acordo com o Governo de São Paulo. No entanto, oito deles não sobreviveram; apenas um gambá continua em recuperação.

O Departamento de Fauna Silvestre do Estado montou uma rede de atendimento e reabilitação para receber esses animais. São 26 unidades integradas, em alerta, para atender animais resgatados das queimadas.

Além de Jundiaí e Araras, na região de Campinas, o município de Santa Bárbara d’Oeste também acaba de ingressar a cadeia de salvamento. Só nesta terça-feira, 03, o Centro Ecológico da cidade recebeu 186 aves vindas das regiões afetadas. São Araras e Papagaios que estão sendo examinados.

A medida faz parte do um conjunto de ações do gabinete de crise anunciado pelo governo para combater os incêndios que atingiram o interior do estado nos últimos 10 dias.

As 26 unidades estão nas regiões de Campinas (Araras, Jundiaí, Santa Bárbara d´Oeste), Sorocaba (Botucatu, São Roque), Baixada Santista (Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande), Vale do Paraíba (Lorena, São José dos Campos, São Sebastião, Taubaté, Ubatuba), Região Metropolitana de São Paulo (Barueri, São Paulo), Vale do Ribeira (Cananéia), Ribeirão Preto (Ribeirão Preto), Marília (Assis) e Franca (Franca).

Somente o centro de reabilitação do município de Ribeirão Preto recebeu 17 animais resgatados. Até a última segunda-feira, 2, oito deles tinham morrido em decorrência de queimaduras, insuficiência respiratória e outras complicações. Entre as espécies socorridas havia cobra, lagarto, gambá, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, macaco-prego e tatu.

O caso mais grave na unidade é o da tamanduá-bandeira, espécie em extinção no Brasil. O animal, uma fêmea adulta, que ganhou o nome Vitória, teve queimaduras de terceiro grau nas patas e no focinho. Mesmo machucada, lutou tanto para escapar das chamas que acabou sofrendo um estresse severo, descompensando praticamente todas as funções vitais. Vitória está sendo monitorada durante 24 horas por dia, assim como todos os outros que chegam em estado crítico.

Em Assis, chegaram 21 animais: 15 filhotes de periquito-rei que foram abandonados em ninho; dois gaviões carcarás e um carijó, com intoxicação por fumaça, um gato do mato, com queimaduras e fratura, e dois filhotes de cachorro do mato, um deles com queimaduras também.

Jundiaí teve oito animais atendidos, sete gambás e um tatu, e nenhum sobreviveu. Em Araras, um gambá atendido continua em tratamento.

Para Isabella Saraiva, diretora do Departamento da Fauna Silvestre, que faz parte da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), a articulação dessa rede de atendimento foi imprescindível para garantir que Vitória e outros animais sejam atendidos por equipes multidisciplinares e especializadas em animais selvagens. “Fizemos contato com todos os centros autorizados de triagem e reabilitação localizados em vários municípios paulistas, e todos se prontificaram a colaborar gratuitamente. Veterinários, zootecnistas, biólogos, nutricionistas e outros especialistas abraçaram a causa e estão em estado de alerta para receber os resgatados”, ressaltou.

A Semil é gestora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) no Parque Ecológico Tietê, em São Paulo. As demais unidades envolvidas na ação são geridas pelos municípios onde estão localizadas, mas só podem funcionar se tiverem autorização do Estado para receber, identificar, acolher, cuidar e reabilitar animais silvestres provenientes de ações de fiscalização, resgate, como casos de incêndios, e entregas espontâneas realizadas pela população, com objetivo principal de devolver esses animais recuperados ao ambiente natural.

Além desses centros, entidades do terceiro setor e clínicas particulares que possuem médicos veterinários e biólogos habilitados em animais silvestres também foram alertadas sobre possíveis emergências, e a maioria se dispôs a atendê-los gratuitamente.

Isabella faz um alerta também à população, caso encontre algum animal ferido ou debilitado: “A orientação é para não mexer no animal e imediatamente entrar em contato com a Polícia Militar Ambiental (190), Corpo de Bombeiros (193) ou Guarda Municipal para realizarem o resgate”.

Caso alguma clínica veterinária não especializada em espécies selvagens receba algum animal, a instrução é que realize o encaminhamento para alguma das unidades autorizadas do Cetras no estado.

Lista atualizada de CETRAS e CRAS em funcionamento no Estado podem ser verificados aqui.

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