Um flagrante inusitado surpreendeu funcionários dos Correios de Indaiatuba nesta quarta-feira, 20. Durante a triagem de encomendas, trabalhadores identificaram, por meio do raio-x, a presença de um animal dentro de uma caixa de papelão. Ao abrir a embalagem, a Polícia Ambiental encontrou uma cobra da espécie píton albina (Python Molurus), considerada rara, exótica e de origem asiática.
Segundo a corporação, o animal estava em espaço reduzido e com dificuldade para respirar, o que caracteriza também a prática de maus-tratos. A cobra foi encaminhada à uma clínica veterinária, em Campinas, especializada no atendimento de animais silvestres e exóticos.
De acordo com o veterinário Gabriel Bittencourt, responsável pelos primeiros atendimentos, o réptil tem entre três e quatro meses de vida, mas pode chegar a seis metros de comprimento e pesar mais de 80 quilos.
“Essa espécie não é peçonhenta, mas mata por constrição, por aperto. Imagine um animal de seis metros envolvendo uma criança ou até um adulto. São animais fortes, que já tiveram casos de acidentes graves relatados na Ásia”, explicou.
O profissional ressaltou ainda os riscos do tráfico de animais exóticos, prática que vem crescendo no Brasil.
“Muitos desses animais chegam pelos Correios em condições precárias, dentro de caixas apertadas, sem espaço para se mover e até com pouco oxigênio, justamente para tentar burlar o raio-x. No caso dessa cobra, ela estava envolvida por sacolas e com a caixa lacrada por esparadrapos, dificultando a respiração”, detalhou.
A cobra segue em observação veterinária, onde passará por exames complementares. A Justiça deve decidir o destino do animal após a conclusão das investigações.
O caso foi registrado como tráfico de animais. A Polícia Ambiental informou que os dados do remetente e do destinatário, colhidos no envelope que acompanhava a encomenda, foram encaminhados ao distrito policial de Indaiatuba, que dará prosseguimento às medidas administrativas e penais cabíveis.
“Agora esse animal fica conosco para receber todos os cuidados médicos até que as investigações sejam concluídas”, afirmou o veterinário.







