A Polícia Civil de Cosmópolis ouviu hoje, 20, a segunda profissional envolvida no procedimento que levou a fotógrafa Roberta Correa a morte após complicações durante o procedimento. A esteticista é apontada como a responsável por aplicar a anestesia.
Segundo o delegado Fernando Fincatti, a profissonal não é biomédica e estaria trabalhando junto com a profissional responsável pelo endolaser pela primeira vez. Ela afirmou em depoimento que elas chegaram a iniciar o procedimento para remoção de gordura localizada quando Roberta começou a reclamar que estava sentindo dores, queimação e calafrio. Logo em seguida ela teve convulsões.
Ainda no depoimento, a profissional conta que antes de iniciar as convulsões, elas teriam desligado o ar condicionado e coberto a paciente. A esteticista também afirmou que tanto ela, quanto a biomédica, aprenderam técnicas de primeiros socorros na formação, porém não usaram as técnicas na Roberta, pois logo após o início das convulsões elas acionaram socorro médico.
A polícia ainda vai ouvir a recepcionista da clínica onde o procedimento foi realizado e também aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML), que vai apontar se houve algum erro na aplicação dos medicamentos.
Sobre o caso:
A fotógrafa Roberta Correa, 44 anos, morreu na última sexta-feira, 13, após ficar cinco dias internada. A causa da morte pode ter sido uma reação à aplicação dos medicamentos para a realização do procedimento endolaser, que faria a remoção de gordura localizada. Ela sentiu dores, queimação e calafrio durante o procedimento. Logo após a aplicação da anestesia ela começou a ter convulsões, quando foi acionado o SAMU.
O procedimento foi realizado no dia 09 de outubro, a fotógrafa foi socorrida à Santa Casa da cidade e chegou a unidade de saúde com parada cardíaca, mas foi reanimada. Permaneceu internada até sexta-feira, 13, quando foi constatada morte cerebral. O velório foi na segunda-feira, 16. Roberta era casada e deixou dois filhos, de 17 e 23 anos.
A biomédica responsável pelo endolaser, segundo o advogado João Paulo Sangion, já teria feito mais de 40 procedimentos igual a este, e ainda estaria regularizada no Conselho Regional de Biomedicina.
Segundo posicionamento da Prefeitura de Cosmópolis, foi informado que a clínica não tinha liberação sanitária e não tinha autorização para a realização dos procedimentos estéticos que eram realizados. O estabelecimento está interditado e não previsão para ser liberado. O local permanece fechado até que as causas sejam apuradas.
*Supervisão Marcela Gomes