Dengue em alta: 18 bairros de Campinas entram em alerta máximo para transmissão

Instalação de armadilhas com larvicida é uma das estratégias para combate à dengue em Campinas. Foto: Rogério Capela

A Prefeitura de Campinas emitiu nesta quinta-feira (3) o 13º Alerta Arboviroses de 2025, com um dado preocupante: 18 bairros da cidade estão classificados com alto risco de transmissão de dengue. O informe foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde e tem como objetivo reforçar a mobilização contra o avanço da doença, que já causou 15.006 infecções confirmadas e duas mortes entre 1º de janeiro e 31 de março deste ano.

As regiões apontadas com maior risco de contaminação abrangem praticamente todas as áreas da cidade. Na região Leste, o alerta vale para os bairros Jardim Nossa Senhora Auxiliadora e Jardim Dom Bosco; na Noroeste, Jardim Santa Rose e Jardim Sul América; e na Norte, estão incluídos Jardim São Marcos, Vila Esperança, Jardim Campineiro e Recanto Fortuna. Também estão no radar: Parque Universitário de Viracopos, Jardim Maria Helena e Recanto do Sol, no Sudoeste; Jardim Campo Belo 1, Jardim Fernanda 1 e 2, no Sul; além de Jardim Itatiaia, Jardim Bom Sucesso, Vila Formosa e Jardim São Gabriel, no Sudeste.

O alerta, publicado semanalmente, integra as estratégias do município para conter a proliferação do Aedes aegypti — mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A Secretaria de Saúde leva em conta diversos fatores para elaborar o material, como o número de casos por bairro, dificuldade de acesso dos agentes a imóveis, adensamento populacional e reincidência de focos do vetor. O documento também serve de orientação para as equipes de campo e população vizinha às regiões críticas, mesmo que não apareçam nominalmente na lista desta semana.

De acordo com o levantamento estadual, cerca de 80% dos criadouros do mosquito estão dentro de casa. Por isso, a Prefeitura reforça que o combate à dengue depende da participação ativa dos moradores. O descarte correto de resíduos, a eliminação de água parada e a verificação periódica de vasos de plantas, calhas, caixas d’água e ralos são atitudes fundamentais para conter o avanço da doença. Vasos sanitários sem uso devem permanecer tampados, e pratos de plantas devem ser evitados ou limpos com frequência.

As visitas de controle são feitas por agentes da empresa Impacto Controle de Pragas, identificados por uniforme com camiseta laranja (ou verde, no caso do líder da equipe), calça cinza e crachá. Já os voluntários dos mutirões utilizam colete laranja com a frase “Campinas contra o mosquito”. Em caso de dúvida sobre a identidade dos profissionais, os moradores podem ligar para o telefone 156 (dias úteis) ou 199 (finais de semana e feriados).

Além da orientação direta à população, a administração municipal executou ações em larga escala no primeiro trimestre de 2025. Entre elas, estão:

  • 237.533 visitas para controle de criadouros;
  • 53.342 imóveis com aplicação de nebulização;
  • 5 mutirões realizados;
  • 14,7 mil toneladas de resíduos removidos;
  • 73 lideranças comunitárias capacitadas;
  • 250 brigadistas e 300 servidores treinados;
  • Mais de 54 mil pacientes monitorados com suspeita da doença desde fevereiro;
  • 53 capacitações específicas para profissionais de saúde;
  • Instalação de armadilhas para o Aedes aegypti em pontos estratégicos.

Apesar dos esforços, a resistência de parte da população ainda dificulta o trabalho das equipes: em 2024, 52% dos imóveis deixaram de ser vistoriados por estarem fechados, desocupados ou devido à recusa dos próprios moradores — percentual semelhante ao registrado em anos anteriores.

Para mais informações sobre prevenção e monitoramento, o município disponibiliza o site https://dengue.campinas.sp.gov.br, atualizado com dados e orientações.

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