Dia dos avós: Conviver com os avós ajuda no desenvolvimento infantil, afirma neurocientista

João Lucas Dionisio
João Lucas Dionisio
Jornalista, pai, chefe de redação na Thathi Record e editor executivo do THMais.
Imagem Ilustrativa (Reprodução/Freepik)
Imagem Ilustrativa (Reprodução/Freepik)

O dia 26 de julho é uma data dedicada a destacar a importância dos mais experientes na vida de todos. O “Dia dos Avós”, mostra como esse convívio é especialmente recomendado para as crianças, ajudando no desenvolvimento de habilidades fundamentais como a empatia, respeito e desenvolvimento cognitivo.

É o que explica o Pós PhD em neurociências e membro da Society for Neuroscience nos EUA e da Sigma XI, Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

Os avós podem oferecer muito mais do que uma simples herança genética, algo que, apesar de ser muito importante, não é a principal contribuição que eles podem dar ao desenvolvimento das crianças. O convívio com os avós, especialmente na infância, é fundamental para uma melhor educação e direcionamento, que são feitos de forma diferente pelos avós do que pelos pais”.

Os benefícios do convívio com os avós durante a infância

– Compartilhar experiências com as crianças;

– Fortalecimento de laços sociais e familiares;

– Transmissão de valores de uma forma diferente dos pais;

– Suporte emocional;

– Exemplos de resiliência que oferecem suporte ao desenvolvimento comportamental.

O cérebro dos jovens e seus avós

A ligação entre avós e seus netos pode ir muito além do sangue, entrando no campo do cérebro, é o que indicaram estudos conduzidos pelo antropólogo americano James Rilling, da Universidade de Emory em Atlanta, Estados Unidos.

Rilling recrutou aproximadamente 50 avós com netos biológicos entre 3 e 12 anos para participar do experimento. Utilizando ressonância magnética funcional, que monitora mudanças no fluxo sanguíneo cerebral, ele observou atividades em áreas do cérebro relacionadas à empatia emocional, como a ínsula e o córtex somatossensorial secundário, quando as avós viam imagens de seus netos. 

Isso indica que as avós tendem a sentir as mesmas emoções que seus netos, seja alegria, tristeza, euforia ou dor, o que pode resultar, por exemplo, em um cuidado mais direcionado às necessidades da criança.

A experiência para a formação comportamental

De acordo com Dr. Fabiano, a convivência com os avós durante a infância ajuda as crianças a ampliarem suas perspectivas sobre a vida.

Os avós, justamente pela sua experiência de vida, oferecem à criança um suporte importante para ter perspectivas diferentes sobre a vida e desenvolver habilidades importantes como empatia, respeito, desenvolvimento cognitivo e capacidade prática”.

A verdadeira inteligência se reflete de verdade nas ações. Valorizar os idosos é uma escolha sábia, pois nos permite aproveitar seu conhecimento e experiência enquanto ainda estão conosco. Cada momento com eles é precioso e não deve ser desperdiçado”, afirma Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

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