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Entenda o que pode ter causado o incêndio no Mercadão de Piracicaba

Mercado Municipal de Piracicaba, fundado em 1888 e tombado como patrimônio histórico, teve 25% da estrutura destruída por um incêndio na madrugada desta quarta-feira. Causas ainda estão sendo investigadas.

Marcela Gomes
Marcela Gomes
Chefe de redação na Thathi Record Campinas e editora-chefe do Balanço Geral. Apaixonada por jornalismo, com especialização em Mídia e Tecnologia e pós graduação em Semiótica. Mãe do Nietzsche (o cão, não o filósofo) e do Luck, meu "Felix Felicis".
Entenda o que pode ter causado o incêndio no Mercadão de Piracicaba
Foto: Leonardo Soares

Um incêndio de grandes proporções destruiu parte do Mercado Municipal de Piracicaba, um dos prédios mais históricos e simbólicos da cidade, durante a madrugada desta quarta-feira, 23. As chamas comprometeram cerca de 25% da estrutura — o equivalente a 500 metros quadrados — e causaram comoção entre comerciantes, moradores e frequentadores do tradicional ponto turístico e comercial.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a principal suspeita é de que um curto-circuito tenha provocado o fogo, embora ainda não seja possível apontar com precisão a origem do problema. A perícia técnica e a Defesa Civil devem aprofundar as investigações nos próximos dias.

Apesar da destruição, não houve registro de vítimas. O prefeito de Piracicaba, Helinho Zanatta, lamentou o ocorrido e destacou que o prédio é segurado pela Associação de Comerciantes do Mercado Municipal. “O mais importante neste momento é que ninguém se feriu. Vamos apurar as causas e iniciar o processo de reconstrução com todo o apoio necessário”, afirmou o chefe do Executivo.

Patrimônio histórico e cultural

Fundado em 1888, o Mercado Municipal de Piracicaba completou 137 anos no último dia 5 de julho. Tombado como patrimônio cultural do município desde 1987, o prédio é considerado um dos mais antigos mercados públicos do Brasil. Localizado no coração da cidade, o espaço é muito mais do que um centro comercial: é um marco histórico que acompanhou o desenvolvimento da cidade desde suas primeiras décadas até a metrópole que se tornou.

O Mercadão recebe, em média, 220 mil pessoas por mês, atraídas pela tradição, pela variedade de produtos e pela experiência única de circular entre seus 152 boxes. Neles, são comercializados hortifrutis, carnes, peixes, especiarias, massas, doces, flores, artesanato e utensílios diversos.

Desde 2010, a gestão do mercado é feita por meio de uma parceria entre a Prefeitura e a Associação de Comerciantes, com o acompanhamento da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Sema). Atualmente, cerca de 400 pessoas trabalham diretamente no espaço, entre permissionários e funcionários.

Tradição e memória afetiva

Entre as muitas tradições que fazem parte do cotidiano piracicabano, poucas são tão enraizadas quanto o famoso pastel do Mercadão. Comer um pastel em uma das bancas do mercado é quase um ritual obrigatório — seja para moradores antigos, turistas ou jovens em busca do sabor que atravessa gerações.

O valor simbólico do espaço também está associado à história política nacional. O regulamento original do mercado foi elaborado por Prudente de Moraes, ainda como vereador de Piracicaba, antes de se tornar o primeiro presidente civil do Brasil. O documento teve que ser aprovado pelo então presidente da província, Rodrigues Alves, que também viria a ocupar a Presidência da República anos depois.

Reconstrução e esperança

Apesar do impacto causado pelo incêndio, o clima é de reconstrução. A estrutura danificada será avaliada e a expectativa é de que os reparos comecem o quanto antes. Com o apoio da prefeitura e da associação de comerciantes, a intenção é garantir que o Mercadão volte a operar plenamente, preservando sua função social e seu valor histórico.

A cidade de Piracicaba se mobiliza para recuperar um de seus maiores símbolos. O Mercadão não é apenas um prédio: é parte da identidade cultural, econômica e afetiva da população.

Confira na reportagem:

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