Entregador que convocou o ataque à casa de cliente alega em áudios ter sido agredido com uma tijolada

Entregador que convocou o ataque à casa de cliente alega em áudios ter sido agredido com uma tijolada
Créditos: Divulgação

Um grupo de motoboys depredou um imóvel no Parque Nova Coop em Mogi Mirim na tarde desta quinta-feira, 25. Imagens que circulam nas redes sociais mostram diversos entregadores em frente à residência atacando o imóvel, que chegou a ter o portão derrubado.

Testemunhas que estavam no local, relataram À PM que antes dos acontecimentos, houve uma discussão entre um motoboy que foi realizar uma entrega no local, com uma das inquilinas.

Em seguida, o mesmo motoboy retornou com outros entregadores e iniciaram a depredação do imóvel. Um áudio que circula em aplicativos de mensagens, apontado como sendo do motoboy envolvido na discussão, revela que ele teria convocado o grupo para o ataque.

No relato, o rapaz alega ter sido agredido pela cliente com uma tijolada, e que essa não seria a primeira vez que havia tido problemas no endereço.

Em nota, a Associação dos Motofretistas, Motoboys e Mototaxis da Baixada Mogiana reforçou sua posição em defesa do trabalho seguro e digno para os entregadores, o que certamente evitaria situações como essa. Tendo ciência de que:

1) o entregador incumbido de realizar a entrega não possuía capacitação profissional completa;
2) que o mesmo narra não ter completado a entrega após recusa, por parte da cliente, em dizer o código;
3) que outros entregadores relataram o mesmo problema com as mesmas clientes em situações diversas;

“Só nos resta dizer que era tragédia anunciada, haja vista que reiteradamente instamos a empresa iFood a acompanhar de perto a admissão de clientes e trabalhadores. O número de entregadores assediados, agredidos e mortos cresce em todo o país e era questão de tempo até que tal violência nos atingisse. A empresa, contudo, não se movimenta no sentido de garantir segurança aos envolvidos, focada que está em seus balanços e lucros. Esperamos que em face do ocorrido seus representantes se disponham a conversar para que, juntos, possamos evitar que episódios como esse se repitam.

Não nos cabendo julgar, nos colocamos à disposição das autoridades e da sociedade para todos os esclarecimentos que se fizerem necessários e reforçamos nosso compromisso com o trabalho decente e digno”.

Em nota, o iFood informou que não tolera qualquer tipo de ofensas, agressões, manifestações de preconceito ou assédio. ‘A empresa investe constantemente em iniciativas que visem a conscientização de clientes, parceiros e entregadores e possui uma Política de Combate à Discriminação e Violência que prevê condutas que não são aceitas, penalidades em relação aos agressores e formas de proteção às vítimas. Vale reforçar que qualquer conduta fora das regras do aplicativo são passíveis de banimento imediato para qualquer uma das partes envolvidas.

Considerando o crescente número de casos de violência contra entregadores, a empresa também lançou no ano passado a Central de Apoio Psicológico e Jurídico, que é uma iniciativa em parceria com as Black Sisters in Law, onde oferecemos assistência jurídica e psicológica gratuita para os entregadores que tenham sido vítimas de agressão física, ameaça, discriminação ou violência sexual durante o trabalho.

É importante ressaltar que qualquer uma das partes que sofra violência precisa reportar diretamente no aplicativo para que a empresa possa identificar o caso e tomar as medidas necessárias”.

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