Com 50 pacientes internados a mais do que a capacidade, o hospital da PUC-Campinas emitiu um comunicado na tarde desta terça-feira, 04, orientando pacientes a procurarem outras unidades de saúde. De acordo com a administração da unidade, a superlotação é comunicada diariamente aos órgãos públicos competentes e à Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross).
Atualmente o Pronto-Socorro Adulto do hospital da PUC-Campinas possui capacidade instalada para 20 leitos, mas está com 70 pacientes internados, todos de alta complexidade, totalizando 250% a mais do que a capacidade. A administração da unidade afirma que trabalha em conjunto com a Secretaria de Saúde para remanejamento dos pacientes menos complexos, o que pode aliviar a situação.
O hospital da PUC-Campinas é uma unidade especializada no atendimento de alta complexidade e é referência em tratamentos de saúde, oferecendo atendimento especializado e interdisciplinar para casos de média e alta complexidade.
Por conta da superlotação, não está descartada a possibilidade de suspensão das cirurgias eletivas, que são aquelas realizadas por agendamento.
Dário Saadi pede reunião com secretário de Estado da Saúde:
O prefeito de Campinas, Dário Saadi, pediu, durante a tarde, uma reunião com o secretário de Estado de Saúde, Eleuses Paiva, e os 20 prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) para discutir a abertura de leitos de média e alta complexidades em caráter de urgência na RMC e a implantação do Hospital Metropolitano. O agendamento e os temas propostos por Saadi foram aprovados pelo Conselho da RMC.
Durante o encontro serão apresentados estudos que mostram a necessidade da ampliação de leitos e da implantação da nova unidade hospitalar, já que a região acaba sobrecarregando a rede de saúde de Campinas constantemente e em alguns períodos chega a representar 30% da demanda registrada nos serviços do município.
A Secretaria de Saúde de Campinas monitora de forma contínua a ocupação dos leitos e encaminhamentos de pacientes na cidade por meio do Sistema de Regulação do Estado de São Paulo (Siresp).
A secretaria solicitou, neste momento, em razão da medida anunciada pelo Hospital da PUC, que a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross) de São Paulo reduza os encaminhamentos de pacientes de outras cidades para Campinas.
Vale destacar que nenhum paciente que necessita de internação na Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar está desassistido. A ocupação é dinâmica e muda a todo momento, pois a rotatividade de leitos é alta. Em média, 30 pacientes têm alta e outros 30 são internados em cada hospital municipal diariamente. A ocupação está entre 95 e 100%, mas nenhum paciente deixa de ser atendido, uma vez que as unidades trabalham no sistema “porta aberta”.
Desde 2021, considerando todos os tipos de leitos disponíveis por meio de convênios da Secretaria de Saúde com hospitais e na Rede Mário Gatti, a quantidade de estruturas passou de 885 para 920. Há ainda 84 outros leitos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e o total ultrapassa a marca de 1 mil leitos se incluídas as unidades de pronto atendimento (UPAs) e a Casa da Gestante (20 leitos), serviço direcionado para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Além disso, 800 pacientes são atendidos pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD).
A secretaria mantém contato permanente com o Hospital PUC-Campinas e trabalha para remanejar os casos menos complexos para outras unidades de saúde.v