Justiça investiga denúncia de agressão a criança autista em escola particular de Campinas

Foto: Divulgação

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar a denúncia de possível agressão a uma criança autista de 6 anos dentro de uma escola particular no bairro Taquaral, em Campinas (SP). O caso veio a público após a divulgação de um vídeo em que a professora aparece imobilizando o aluno durante uma crise. As imagens foram feitas por uma funcionária da própria instituição e enviadas à família da criança.

O episódio aconteceu no dia 26 de março, mas o boletim de ocorrência foi registrado somente na última sexta-feira (11). A gravação mostra a professora sentada sobre o menino, segurando-o pelos punhos. Em determinado momento, ela levanta uma das mãos, e o vídeo registra um estalo. Não é possível confirmar se houve agressão física, mas o registro gerou forte repercussão e levou os pais a procurarem a polícia.

Em nota, o Colégio Estudarte, onde o caso ocorreu, negou qualquer conduta agressiva por parte da docente e afirmou que a contenção feita no vídeo segue o protocolo previsto para situações de crise. A escola destacou que o aluno, matriculado desde o início de março, apresenta comportamentos típicos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e já havia demonstrado agressividade em outras ocasiões, inclusive contra colegas e educadores.

A instituição alega ainda que, no dia do ocorrido, o estudante teria chegado fora do horário habitual, o que teria desestabilizado sua rotina. Segundo a direção, o menino estava agitado, tentou sair correndo da escola e agrediu a professora com mordidas e chutes. A docente, que possui diagnóstico de lúpus e esclerose múltipla, estaria sozinha no momento da crise, já que a auxiliar que deveria oferecer suporte optou por registrar a cena em vídeo.

A escola também ressaltou que a educadora tem mais de 30 anos de experiência em educação infantil e que a manobra de contenção foi usada como último recurso, após tentativas frustradas de acalmar o aluno.

O caso segue em investigação pela Delegacia de Defesa da Pessoa com Deficiência de Campinas, que ouvirá os envolvidos, incluindo familiares, funcionários da escola e testemunhas. A gravação está sendo analisada pelas autoridades, e laudos médicos e psicológicos também devem ser solicitados para esclarecer os fatos.

A família da criança cobra responsabilidade da instituição e pede acompanhamento especializado para o filho. A escola, por sua vez, afirma estar à disposição para prestar os esclarecimentos necessários.

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS