O Laboratório Municipal de Patologia Clínica de Campinas, responsável pela realização dos exames das unidades da Secretaria de Saúde, ampliou o horário de recebimento de hemogramas que detectam a gravidade da dengue.
A partir deste mês de fevereiro, os centros de saúde podem enviar as amostras para análise tanto no período da manhã, quanto à tarde. A medida foi tomada por conta da epidemia de dengue. O número de hemogramas realizados pelo laboratório subiu de cerca de 700 em 2023 para 1.400 por dia em fevereiro deste ano.
Os dados do laboratório mostram que em janeiro, foram feitos 22.103 hemogramas, cerca de 1.100 por dia. No mês de fevereiro, até o dia 26, já foram feitos 22.382 hemogramas, média de 1.400 por dia, com um pico de até 1.700 exames analisados em um único dia. Em dezembro de 2023, foram 14.334 exames, média de 716/dia. Esses são hemogramas completos que também detectam a dengue.
Especificamente com o selo “hemograma-dengue”, que são urgentes, foram feitos, 459 exames em dezembro de 2023; 2.639 em janeiro e 6.037 até 26 de fevereiro.
Localizado dentro do Hospital Ouro Verde, o Laboratório Municipal é o responsável por realizar a análise dos chamados hemogramas-dengue, exames que detectam os níveis de hemoconcentração e de plaquetas no sangue dos pacientes diagnosticados com dengue. A partir dos resultados do hemograma, os médicos nos centros de saúde podem definir qual será a conduta a ser tomada e o quanto de hidratação o paciente precisa receber. Um mesmo paciente pode precisar realizar o exame mais de uma vez para acompanhamento do quadro e alta médica.
Antes da mudança, que começou após o Carnaval, os centros de saúde enviavam os hemogramas-dengue somente no período da manhã, junto com as coletas realizadas até as 9h. Agora mais uma rota de transporte de exames foi implementada e a recolha dos exames é feita no período da tarde também, chegando ao laboratório até as 16h30.
Segundo Fabio Augusto Tambascia, coordenador do Laboratório, as análises das amostras entregues ao laboratório como hemograma-dengue são classificadas como urgentes. “Os resultados ficam prontos em um prazo médio de três horas, conforme a demanda, e são disponibilizados on-line para as unidades de saúde”, disse Fabio.
O hemograma-dengue é capaz de detectar no sangue do paciente, a quantidade de hematócritos, os glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue. “É um parâmetro importante para verificar a concentração sanguínea. Quando as hemácias começam a ficar concentradas, o sangue fica mais grosso e é preciso recorrer a hidratação. O paciente recebe soro, que vai para a corrente sanguínea e faz a diluição dessa concentração”, contou o coordenador do laboratório.
O exame também detecta o nível de plaquetas, fragmentos celulares que auxiliam na coagulação do sangue. Se estiver em baixa quantidade, o paciente desenvolve
plaquetopenia, uma condição em que há diminuição no nível de plaquetas para menos de 150 mil por milímetro cúbico de sangue (o normal é de 150 a 450 mil mm³) e que pode levar a hemorragias. Por isso, é importante ter acesso ao resultado do exame, para que o médico possa avaliar o paciente.
O laboratório funciona das 6h30 às 20h, de segunda a sexta-feira, e tem capacidade para atender ao aumento da demanda.
Dengue em Campinas
De 1º de janeiro até terça-feira, 27 de fevereiro, Campinas teve 8.543 casos confirmados de dengue. Além disso, foi registrado um caso importado de chikungunya. Na tarde do dia 27, a Prefeitura confirmou a primeira morte por dengue em 2024, no município de Campinas.
Desde dezembro de 2023 a cidade já colocou em prática uma série de medidas adicionais sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue. Somente no último sábado, dia 24, agentes de saúde visitaram 6,1 mil imóveis nos bairros Vila Vitória, Vida Nova, Mauro Marcondes e Parque Aeroporto. A ação integrou o 5º mutirão de 2024 contra a dengue.
A Secretaria de Saúde também reforça que moradores com febre devem buscar os centros de saúde para receber atendimento.
Para ter mais informações sobre a dengue acesse o site: dengue.campinas.sp.gov.br.