Uma mulher de 35 anos morreu após tentar induzir um aborto em uma gestação de mais de seis meses, na cidade de Campinas. Ela estava sozinha em casa quando ingeriu um medicamento com a intenção de interromper a gravidez. O caso foi registrado no boletim de ocorrência como morte suspeita decorrente de aborto provocado.
De acordo com informações repassadas à Polícia Civil, a mulher deveria acompanhar o marido para buscar sua irmã na rodoviária, mas permaneceu em casa. Ao retornarem, o homem e a cunhada encontraram a residência trancada e sem resposta da mulher. A porta foi aberta apenas quando a filha de 12 anos da moça, fruto de um relacionamento anterior, chegou e conseguiu destrancar a entrada.
A vítima foi encontrada desmaiada dentro do box do banheiro e imediatamente socorrida para uma unidade hospitalar. No local, os profissionais constataram que ela havia realizado um aborto, mas, devido ao sangramento intenso, não resistiu.
O caso reacende o debate sobre os riscos envolvidos em abortos clandestinos. Segundo dados do Portal da Câmara dos Deputados, cerca de 800 mil mulheres praticam aborto todos os anos no Brasil, sendo que 200 mil recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar as complicações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de abortos pode ultrapassar um milhão por ano no país.
O aborto é hoje o quinto maior causador de mortes maternas no Brasil. Um estudo publicado em 2013 apontou que uma a cada cinco mulheres com mais de 40 anos já realizou ao menos um aborto na vida. Com base nos dados do IBGE, isso representa cerca de 7,4 milhões de brasileiras.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
