No exercício do poder você pode errar ou acertar, só não pode ficar inerte

Thomaz Marostegan/Guarani FC
Thomaz Marostegan/Guarani FC

No dia 31 de julho de 2009, o Guarani perdeu do Atlético-GO por 3 a 1 no estádio Brinco de Ouro. Apesar de encontrar-se no grupo de classificação, a equipe treinada por Oswaldo Alvarez vivia uma perigosa oscilação na Série B do Campeonato Brasileiro.

Após vencer o Brasiliense por 2 a 1 como mandante, a equipe bugrina empatou por 1 a 1 com o Duque de Caxias, perdeu em casa do Paraná Clube por 2 a 1, colheu igualdade contra o ABC por 1 a 1, perdeu da Portuguesa por 4 a 3 no Canindé e foi derrotado pelo Dragão Goiano.

Após esse novo revés, em um vestiário tumultuado e sem muitas condições de trabalho aos jornalistas, o então presidente Leonel Martins de Oliveira decidiu fazer uma declaração contundente: Vadão era o técnico e continuaria até a última rodada. Detalhe: o mandatário de ocasião não era muito fã dos microfones. Pelo contrário. Só que apareceu para encaminhar o seu respaldo ao trabalho.

Os tempos mudam. O futebol sofre alterações. Alguns conceitos são imutáveis. Em 2009, queiramos ou não, aquela declaração deu a estrada necessária para Vadão continuar, buscar a recuperação dentro da própria competição e terminar com o vice-campeonato e com 69 pontos.

Hoje, mais de 14 anos depois daquela atitude do presidente bugrino é preciso perguntar: quando algum integrante do Conselho de Administração veio a público para respaldar o trabalho do técnico Umberto Louzer? Quantas vezes, o presidente do clube, André Marconnato e o CEO, Ricardo Moisés, estiveram presentes na sala de imprensa para analisar e elogiar o trabalho do treinador, da comissão técnica e do Superintendente Executivo de Futebol, Lucas Drubscky? Quantas vezes? Eu respondo: nenhuma.

Você pode alegar que não posso afirmar nada porque não tenho acesso aos treinamentos e bastidores do Brinco de Ouro. Ok, posso até concordar contigo. No entanto, tenho a crença de que futebol é feito de símbolos. De atitudes que levam a glória ou ao abismo.

Hoje lamentamos pela virtual eliminação do Guarani na luta pelo acesso. Mas neste periodo de oscilação não ocorreu um gesto público do CA ou do CEO que pudesse ajudar a inverter o quadro. Cargos devem ser exercidos para conduzir e melhorar um patrimônio público ou coletivo. Este é o caso do Guarani. Também devem ser feitos para que o protagonismo seja exercido na tentativa de mudar um panorama negativo. E esses papéis foram alvo de renúncia no Guarani. Ninguém quis segurar a bronca perante a opinião pública. Uma pena.

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