O mês de agosto marca o início do período reprodutivo dos escorpiões, principalmente da espécie escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), considerada a mais perigosa e comum em áreas urbanas do Brasil. Com a chegada da estação mais seca do ano, os animais saem mais dos esconderijos e o número de ocorrências costuma aumentar.
No Museu de História Natural de Campinas, o biólogo Felipe Brocanelli explica que essa espécie é partenogenética, ou seja, a fêmea consegue se reproduzir sozinha, sem a necessidade de um macho. “Isso facilita a proliferação em áreas urbanas, onde há acúmulo de entulho, lixo e estruturas com frestas e umidade, como caixas de esgoto e ralos”, afirma.
Durante o inverno, os escorpiões aproveitam os ambientes mais secos e protegidos para se abrigar, e o risco de acidentes aumenta. Por isso, é importante que moradores fiquem atentos a locais como roupas de cama, calçados e caixas. Entre os sinais de alerta estão picadas que causam dor intensa, sudorese, vômitos e, em casos graves, alterações cardíacas e até óbito.
Para prevenir, especialistas orientam a manter os ralos fechados, evitar o acúmulo de materiais em quintais e terrenos e fazer a limpeza regular de áreas externas. Segundo Brocanelli, a adaptação da espécie aos centros urbanos e a facilidade de reprodução são os principais fatores que tornam o controle difícil.







