A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou, nas primeiras horas desta quinta-feira (19), um esquema de tráfico que movimentou R$ 200 milhões em dois anos com a venda de cocaína e skunk. O grupo utilizava carregamentos de flores, vindos de Holambra (SP), para camuflar grandes quantidades de droga transportadas até o Distrito Federal.
A operação, batizada de Oleandro, em referência a uma planta tóxica que pode levar à morte, contou com a participação de 200 policiais e cumpriu 23 mandados de prisão temporária e 46 de busca e apreensão. As ações ocorreram em cidades do DF, São Paulo, Paraná e Goiás, incluindo Ceilândia, Samambaia, Águas Claras, Taguatinga e Foz do Iguaçu.
As investigações da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) revelaram que o esquema contava com uma estrutura sofisticada e funções bem definidas. O líder da organização, que residia em um condomínio de luxo no Gama (DF), comandava a operação com o auxílio da esposa, responsável pela gestão financeira do grupo. Além disso, três empresas de fachada, localizadas em São Paulo, eram usadas para lavar o dinheiro do tráfico, com bloqueios judiciais que podem atingir até R$ 100 milhões.
O transporte das drogas era feito por um motorista que trabalhava em uma floricultura do DF. Ele aproveitava as viagens a São Paulo para buscar flores e escondia a cocaína entre os ramos, recebendo R$ 4 mil por viagem concluída com sucesso. A floricultura não tem ligação com o esquema criminoso.
Distribuição no varejo
Ao chegar ao Distrito Federal, a droga era rapidamente repassada para pequenos traficantes, responsáveis pela comercialização no varejo em diversas regiões administrativas. A operação policial incluiu também o bloqueio de 20 contas bancárias associadas ao grupo, com limite de R$ 10 milhões.