A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira, 17, mais dois homens suspeitos de participação no assassinato de José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari, casal dono de uma escola em Araraquara, morto em abril deste ano. Com as novas prisões, sobe para seis o número de envolvidos no crime brutal que chocou o interior paulista.
Segundo as investigações da 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Piracicaba, os novos presos são J.S.L., de 60 anos, cunhado de um dos executores detidos em junho, e C.J.A., de 39 anos. O primeiro teria sido contratado para executar o casal e ajudar na ocultação dos cadáveres. Ele foi localizado após a análise dos celulares e computadores apreendidos na primeira fase da operação, que apontaram seu envolvimento direto no homicídio.
Os mandados de prisão e busca foram cumpridos em três endereços da cidade de São Carlos, incluindo o bairro Cidade Aracy. A investigação, que já havia revelado a participação de um casal de advogados como mandantes do crime, avança agora com a identificação de mais envolvidos na execução do plano criminoso.
A polícia apura os crimes de homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.
Relembre o caso
José Eduardo Ometto Pavan e a esposa, Rosana Ferrari, desapareceu no dia 4 de abril deste ano, após sair de Araraquara em direção a uma chácara da família, na zona rural de São Pedro. Antes de chegar ao destino, o casal parou em outro imóvel, também da família, onde foi visto na companhia de um dos investigados. Foi a última vez que os dois foram vistos com vida.
Dois dias depois, em 6 de abril, os corpos foram encontrados dentro do próprio veículo das vítimas, abandonado na chácara da Serra de São Pedro. O carro não havia sido descarregado — alimentos perecíveis ainda estavam no interior do veículo — e o alarme da casa permanecia ativado. Segundo um parente, a forma como o carro foi conduzido até o local indicava que nenhuma das vítimas estava ao volante.
A primeira grande reviravolta na investigação ocorreu em 17 de junho, com a prisão de quatro pessoas. Entre elas, um casal de advogados de São Carlos — H.P.B., de 44 anos, e F.M.T.B., de 47 anos — apontados como os mandantes do crime. Eles atuavam como representantes legais das vítimas e, segundo a polícia, articularam um golpe de cerca de R$ 15 milhões, utilizando falsas despesas judiciais, decisões forjadas e documentos adulterados.
Ainda conforme o inquérito, após se apropriarem de imóveis e valores do casal sob pretexto de proteção patrimonial, os advogados decidiram encomendar o assassinato das vítimas para impedir que as fraudes fossem descobertas.
Dois homens também foram presos na ocasião, acusados de executar o crime e ocultar os corpos.
Agora, com a prisão de mais dois suspeitos, a polícia se aproxima de esclarecer toda a cadeia de envolvimento no crime. A operação, batizada de “Jogo Duplo”, segue em andamento com novas diligências e análises de materiais apreendidos.






