Portas das salas de aula de escola municipal do Jardim das Bandeiras ganham vida com rostos de mulheres negras

João Lucas Dionisio
João Lucas Dionisio
Jornalista, pai, chefe de redação na Thathi Record e editor executivo do THMais.
Crédito: Rogério Capela
Crédito: Rogério Capela

Em Campinas, as portas das salas de aula da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) “Maria de Fátima Faria Área”, no Jardim das Bandeiras, receberam pinturas de rostos de mulheres negras inspiradoras, que fazem ou fizeram a diferença no mundo, em diversas áreas de atuação e profissões. Os estudantes escolheram quem seriam as protagonistas que estariam presentes nas portas. As homenagens são para a jogadora de vôlei Fernanda Garay; a cantora Alcione; a jornalista Glória Maria; a ativista Lélia Gonzalez; a ginasta Rebeca Andrade; a pesquisadora Jaqueline Goes; a atriz Zezé Motta; e a escritora Carolina Maria de Jesus.

Em junho, os alunos e voluntários se reuniram em um mutirão para colorir o pátio e, na semana entre os dias 15 e 19 de julho passada, o trabalho artístico foi finalizado pelos artistas plásticos Azevê (Fábio Azevedo/Instagram: @azeve.art); Arroz (Lucas Arroz/Instagram: @lucas_arroz) e Nay (Nayara Gomez/Instagram @naiaragomes.art).

Nesta quinta-feira, dia 25 de julho é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha. A data é importante também no calendário brasileiro. Neste ano, Campinas escolheu o tema “Educação Antirracista” a ser tratado de forma transversal na Educação do Município.

“Educação Antirracista”

A Secretaria Municipal de Educação colocou o tema como meta no plano de trabalho para todas as escolas e várias ações estão sendo realizadas a partir disso. Uma delas é a construção de um protocolo para as ações antirracismo nas escolas. O trabalho desenvolvido na EMEF “Maria de Fátima Faria Área” contempla o tema “Educação Antirracista” que vem sendo abordado em todas as escolas municipais de forma transversal em 2024.

O diretor educacional da escola municipal, Robson Celestino Prychodco, destaca a importância da escolha em trabalhar com o tema na pintura das portas. “É fundamental para que os jovens estejam em condição de observar o protagonismo de mulheres pretas e periféricas e o quanto é significativo dar visibilidade a essas pessoas, que muitas vezes representam uma massa enorme da sociedade que é colocada à margem”, disse o diretor. Segundo Robson, é muito interessante que os jovens escolham saber mais sobre estes nomes e se identifiquem com as histórias em que estas mulheres são protagonistas, com o que elas fizeram de positivo para a sociedade.

Robson destaca também a importância dos trabalhos dos professores de conscientização, de informação, de educação e de produção de conhecimento dentro da escola. “Este trabalho é extremamente importante. Sem ele, nenhum trabalho de conscientização e de empoderamento é possível. Então, os professores trabalham este tema e outros relevantes para a construção da cidadania destes alunos e o reconhecimento do próprio valor que estes jovens podem ter na sociedade”, completou o diretor pedagógico.

Iniciativa

A iniciativa de trazer a força e o legado de grandes referências femininas para dentro da escola nasceu de um projeto da Fundação Educar, uma organização sem fins lucrativos mantida pela Cia. DPaschoal.

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