A Prefeitura de Campinas lançou o Programa Dignidade Menstrual na na manhã desta quinta-feira, 28 de março, na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Alves dos Santos, no Jardim Regina. O programa vai distribuir mensalmente, por meio das escolas, dois pacotes de absorventes por aluna.
Todas as alunas receberão, neste primeiro momento, uma nécessaire com sabonete íntimo, lenço umedecido e absorventes. “A nossa proposta é estimular a frequência das meninas na escola durante o período menstrual”, afirmou o secretário Municipal de Educação, José Tadeu Jorge.
Segundo a Prefeitura, uma a cada quatro meninas faltam à escola quando entram no período menstrual, por não terem condições financeiras para comprar absorvente. Isso acendeu um alerta e a Secretaria Municipal de Educação lançou o Programa Dignidade Menstrual.
A rede municipal de ensino tem 10,4 mil alunas, entre 10 e 50 anos, matriculadas nas 45 escolas de Ensino Fundamental, Fumec e Ceprocamp. “É inadmissível que alunas não frequentem as escolas porque não tem condições de comprar absorvente. Isso é uma questão de dignidade”, disse o prefeito Dário Saadi.
O investimento para a criação do programa foi de R$ 1.189.230,00.
“Cada aluna importa para nós e se essa é uma questão que faz com que elas faltem, temos que pensar em soluções que permitam que elas participem de todas as atividades escolares. E o programa vai além. Muitas meninas têm vergonha quando estão no período menstrual, sofrem bullying e temos de tornar isso uma questão pedagógica e de todos”, explicou a coordenadora do Programa Dignidade Menstrual, Mariana Volpato.
Estatísticas
Um levantamento realizado no ano passado pelo Centro de Referência e Apoio à Mulher (Ceamo), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social, apontou que uma em cada quatro meninas, com idades entre de 10 a 19 anos de Campinas, não possui acesso a itens de higiene menstrual.
A pesquisa ouviu 79.036 jovens nessa faixa etária, das quais 19.759 relataram que convivem com o problema. Ou seja, exatos 25% do total. O balanço mostra, ainda, que cerca de 2 mil deixaram de frequentar a escola por não terem absorvente.
*Supervisão Verônica Mokarzel
*Texto apoio Prefeitura Municipal de Campinas