Proteção solar no Brasil: dados mostram avanços, mas desafios persistem

Foto: Divulgação

A mais recente edição da pesquisa conduzida pelo Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele, liderada pelo farmacêutico e consultor Lucas Portilho, revelou que 66% dos brasileiros não aplicam filtro solar diariamente. O estudo, realizado com 1.057 participantes de todas as regiões do Brasil, é um dos principais termômetros sobre hábitos de fotoproteção no país e reflete avanços e desafios relacionados ao tema.

Entre os entrevistados, 65,6% afirmaram não reaplicar o filtro solar ao longo do dia, ainda que o índice tenha caído em relação aos 69% registrados no ano passado. Além disso, 22,2% disseram não usar o produto em dias nublados, representando uma melhora em relação aos 29% de 2023.

Os consumidores demonstram preferência por protetores solares com fator de proteção solar (FPS) 30, 50 e 60, mas apenas 6,6% buscam orientação profissional antes de escolher o produto. Outra preocupação levantada é que 35% não sabem a quantidade ideal de filtro a ser aplicada no rosto, comprometendo sua eficácia.

Consciência ambiental e saúde pública

A pesquisa também destacou questões ambientais. Mais da metade dos entrevistados (55,6%) desconhece os impactos dos filtros solares nos ecossistemas marinhos, embora esse número tenha melhorado em comparação aos 79% de 2023.

No campo da saúde pública, o cenário é preocupante. O câncer de pele é o tipo mais comum no Brasil, representando 33% de todos os diagnósticos de câncer no país, com 185 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

“Esses dados reforçam que o uso inadequado do filtro solar vai além da estética; é uma questão de saúde pública que demanda campanhas de conscientização mais amplas e eficazes”, destaca Portilho.

Proteção contra radiação UVA ganha espaço

Embora a proteção contra a radiação UVA seja fundamental para evitar danos como envelhecimento precoce e degradação do colágeno, ainda há um longo caminho a percorrer. Apenas 39,7% dos consumidores consideram esse fator ao escolher um protetor solar, embora esse índice seja melhor do que os 50% registrados no ano anterior.

Portilho ressalta a importância de compreender a ação da radiação UVA. “Ela penetra profundamente na pele e causa danos cumulativos, o que reforça a necessidade de filtros solares com amplo espectro de proteção”, explica o especialista.

A pesquisa do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele aponta para avanços em alguns hábitos de fotoproteção, mas evidencia que a conscientização ainda está longe de ser ideal. Dados como a alta taxa de não reaplicação do filtro solar e a falta de conhecimento sobre a quantidade correta do produto mostram que é preciso ampliar os esforços educativos sobre o tema.

Com o verão se aproximando e a incidência de radiação ultravioleta mais intensa, especialistas destacam que incorporar o uso correto do protetor solar na rotina diária é essencial para prevenir danos à saúde e preservar o meio ambiente.

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