Saiba como funcionava esquema de extorsão de empresários na região

Marcela Gomes
Marcela Gomes
Chefe de redação na Thathi Record Campinas. Especialização em Mídia e Tecnologia e pós graduação em Semiótica.
Saiba como funcionava esquema de extorsão de empresários na região

Em coletiva à imprensa na tarde de hoje, 26, o Ministério Público de São Paulo, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), falou sobre como funcionava o esquema de extorsão a empresários da região. De acordo com as investigações, o esquema era realizado por uma organização criminosa que contava com a participação de membros da Polícia Civil, da Guarda Municipal e funcionários públicos comissionados.

Durante a operação, o MP contou com apoio da Polícia Militar, por meio do BAEP, e da Polícia Civil, representada pela Corregedoria. Foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão nas cidades de Indaiatuba Itu. Participaram da ação 97 Policiais Militares e dois cães farejadores.

Na Operação Chicago, foram deferidas medidas de sequestro de bens móveis e imóveis, além de bloqueio de valores na casa dos R$ 10 milhões. Entre os 14 investigados, há um delegado de Polícia, dois investigadores, um escrivão, dois guardas-civis e três advogados.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidas duas pistolas, um revólver, um rifle, cerca de 150 munições de diversos calibres, 59 caixas de anabolizantes, R$ 5 mil em espécie, além de porções de maconha, crack e cocaína.

Como funcionava o esquema:

A denúncia aponta que o modus operandi consiste em invadir estabelecimentos comerciais, subtração indevida de bens e valores das vítimas com decretação de prisões abusivas, utilizando-se da atuação específica de polícia judiciária (boletins de ocorrência, inquérito, relatórios investigatórios etc.) para sustentar exigências ilícitas de pagamento de vantagens indevidas como preço de “resgate” da prisão decretada ou como garantia de não investigação.

Segundo o MP, as vítimas eram selecionadas com base na capacidade econômica, prioritariamente empresários com comércios já estabelecidos. Após essa ‘seleção’, havia uma equipe de investigação composta por policiais civis, guardas e funcionários comissionados da prefeitura que ia até o estabelecimento com a justificativa de realizar uma fiscalização. Em algumas das vezes o proprietário era levado para a delegacia onde era coagido a pagar valores que seriam correspondentes a uma fiança, para que fosse liberado.

Em um desses estabelecimentos, a organização criminosa apreendeu quase R$ 300 mil. A prisão de um dos proprietários chegou a ser decretada, pois os policiais alegaram encontrar uma arma ilegal no estabelecimento. No entanto, essa arma nunca apareceu. O empresário ficou preso por algumas horas até que foi solicitado uma fiança de R$ 3 milhões.

Ainda segundo o MP, mais de uma dezena de empresários foram vítimas dos crimes, em especial das extorsões, no período de cerca de um ano. A exigência de valores variava de R$ 1 milhão e R$ 3 milhões por vítima. O papel do delegado investigado era de registrar os boletins de ocorrência, instaurar inquéritos e fazer relatórios de investigação para fundamentar essas operações fraudulentas.

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