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Tecnologia da Unicamp permite produção de amônia verde com menos energia e impacto ambiental

Licenciado para empresa-filha da Unicamp, processo de eletrossíntese elimina etapas intermediárias e tem menor consumo energético

Foto: Pedro Amatuzzi/Inova Unicamp

Pesquisadores do Instituto de Química da Unicamp desenvolveram uma tecnologia inovadora que pode transformar a produção de amônia no Brasil. A nova técnica, baseada em eletrossíntese, torna possível fabricar amônia verde de maneira mais eficiente, com menor consumo energético e sem as emissões de carbono típicas dos processos tradicionais.

A descoberta, que já foi licenciada para a empresa BGEnergy — uma spin-off incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp) — tem potencial para ser aplicada em larga escala e vem como resposta ao desafio de tornar a produção desse composto mais sustentável.

A amônia é um dos insumos essenciais na fabricação de fertilizantes e outros produtos industriais, mas seu processo convencional de produção, como o método Haber-Bosch, exige grande quantidade de energia e depende de fontes fósseis. Embora existam alternativas mais limpas, como a eletrólise da água, o consumo elevado de eletricidade ainda limita seu uso em escala industrial.

A proposta desenvolvida na Unicamp aposta na conversão eletroquímica direta de nitrato em amônia, eliminando etapas intermediárias e operando em condições mais brandas. “O processo reduz custos e impactos ambientais e ainda contribui para a redução da contaminação de solos e rios”, explica o professor Raphael Nagao, um dos pesquisadores responsáveis pela tecnologia.

Com apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp, a patente foi licenciada para a BGEnergy, que agora conduz os testes para viabilizar a aplicação em larga escala. Segundo o diretor executivo da empresa, Vitor Riedel, o Brasil ainda importa a maior parte dos fertilizantes nitrogenados que consome. “A produção nacional da amônia verde pode atender essa demanda de forma mais competitiva e ainda ser um vetor energético, ajudando no armazenamento e transporte de hidrogênio”, afirma.

A Inova Unicamp teve papel estratégico no processo de licenciamento, oferecendo suporte técnico e jurídico, facilitando a transferência da tecnologia para o mercado. “É uma ponte essencial entre a universidade e o setor produtivo”, destaca Nagao.

O projeto contou com a participação dos pesquisadores Thiago de Morais Mariano, Gabriel Floriano Costa e Manuel Edgardo Gomez Winkler, também do Instituto de Química, com financiamento da FAPESP e da Shell, por meio do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).


Spin-off da Unicamp aposta na economia do hidrogênio

Criada em 2022, a BGEnergy se especializou em soluções voltadas à produção e uso do hidrogênio verde, com foco em energias renováveis, armazenamento elétrico e operação de plantas industriais. A empresa já atua em serviços de pesquisa, manutenção e capacitação, e foi a primeira do país contratada para gerenciar uma planta de hidrogênio verde em funcionamento.

Para Riedel, estar incubada na Incamp tem sido fundamental. “O ambiente estimula o desenvolvimento tecnológico, aproxima a pesquisa da aplicação prática e impulsiona inovações sustentáveis”, diz.

Com a nova tecnologia licenciada, a expectativa é contribuir com o avanço da agricultura sustentável e consolidar a amônia verde como peça-chave no processo global de descarbonização.


Sobre a Inova Unicamp

A Inova é o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Unicamp, atuando em todas as áreas da universidade desde 2003. É responsável por proteger a propriedade intelectual, fomentar a transferência de tecnologia, e gerir o Parque Científico e a Incamp. Também promove ações voltadas ao empreendedorismo e à inovação, fortalecendo a conexão entre universidade, mercado e sociedade.

Mais informações estão disponíveis em: inova.unicamp.br

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