Por causa do questionamento de consumidores, uma peça publicitária de grande sucesso virou alvo de processo no Conar – o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária. Na propaganda, a cantora Elis Regina, que morreu há 41 anos, aparece na direção de um veículo e contracena com a filha, a cantora Maria Rita, de 45 anos de idade, que dirige outro carro.
Um encontro artístico que emociona e causa polêmicas. Questiona-se, acima de tudo, se é ético ou não o uso da inteligência artificial para trazer pessoas já mortas de volta à vida, como mostra a peça de publicidade – sem que nela conste tal informação.
Outra dúvida: herdeiros podem autorizar o uso da imagem de alguém que já morreu em cenas que ela não protagonizou em vida? Há mais um tipo de indagação: será que Elis Regina, viva, faria propaganda do produto de uma empresa apontada como apoiadora do regime militar que ela combatia? A missão do Conar não será fácil, pela complexidade do tema. Mas, não tenho dúvida de que a decisão do Conselho de Autorregulamentação será a favor da credibilidade da publicidade brasileira.